Prof. Dr. Danilo Gusmão de Quadros
Leguminosas forrageiras
As leguminosas forrageiras (de porte herbáceo e arbustivo submetidas à podas) podem ser utilizadas consorciadas com gramíneas ou como banco de proteína, representando interessantes fontes de alimentos dos pontos de vista: nutricional, pois possuem alto teor de proteína e digestibilidade; e estratégico, para reserva de alimento verde na época seca do ano, devido ao sistema radicular mais profundo. Outras
vantagens do uso de leguminosas é a fixação de nitrogênio para a gramínea em sistemas consorciados e reciclagem de nutrientes.
As bactérias dos gêneros Rhizobium e Bradrhizobium, em simbiose com as raízes das leguminosas, fixam quantidades de até 500 kg de nitrogênio no solo. No entanto, essas quantidades são bem inferiores nas regiões tropicais. O uso de leguminosas em consórcio com gramíneas, recomendado para criações menos intensivas, pode substituir, até certo ponto, adubações nitrogenadas, melhorar a qualidade da dieta e quantidade de forragem disponível. Deve-se atentar para que a proporção da leguminosa esteja em torno de 25-30% da MS total disponível na pastagem. A aceitatabilidade relativa de espécies prostradas, ou porte arbustivo, poderão ser vantajosos na manutenção desse
percentual e da persistência.
A adição de leguminosas nas áreas de pastagem exclusivas de gramíneas, especialmente no tropical úmido e sub-úmido, freqüentemente aumentam a produtividade. São indicadas as seguintes leguminosas: estilosantes (Stylosanthes guianensis), calopogônio (Calopogonium mucunoides), soja perene (Neonotonia wightii), leucena (Leucaena leucocephala), guandu (Cajanus cajan) e amendoim forrageiro (Arachis pintoi), dentre outras, devendo ser escolhidas de acordo adaptação às condições de solo, clima e adequar-se à gramínea em consórcio. Algumas das leguminosas citadas são anuais, dependendo diretamente de ressementeio natural, e mesmo as perenes necessitam de
recrutamento de novas plantas, devendo-se escolher espécies precoces que floresçam entre março e maio, época do ano que permitem a vedação, devendo-se evitar as de florescimento tardio, entre junho e julho, pois é uma época de necessidade de utilização
desses pastos.
A adubação nitrogenada permite produções de massa verde maiores do que aquelas advindas da fixação de nitrogênio pelas leguminosas, entretanto deve-se analisar cada situação para as recomendações.
Entende-se como banco de proteína como uma área mantida exclusivamente com leguminosas, nas quais os animais não têm acesso, ou o tem programadamente. É uma alternativa interessante, pois pode-se estabelecer um manejo adequado da planta, permitindo uma boa persistência e produção do estande. A parte aérea da leguminosa também pode ser cortada (a altura de corte depende da principalmente espécie) e fornecida no cocho. Nesse caso, pode-se fazer uso de culturas intercalares visando à diminuição dos custos de implantação. A rotação de culturas é um ponto forte nessa técnica, pois a cultura subsequente se beneficiará dos resíduos da leguminosa.
Stylosanthes guianensis (Estilosantes)
Cultivar: Mineirão
Planta perene, sub-arbustiva, com folhas trifoliaoladas e flores amareladas. Propagação por sementes (0,5 kg/ha). Utilizada como banco de proteína e em consórcio com gramíneas.
Leucaena leucocephala (leucena)
Utilizada como banco de proteína ou mesmo consorciada na pastagem. O consumo de leucena na dieta deve ocorrer em até 30 %, devido ao aminoácido mimosina, que é tóxico aos animais. Para evitar intoxicação, na prática, utiliza-se duas horas de pastejo diário.
Fonte: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PRODUÇÃO ANIMAL
PROGRAMA DE OVINO-CAPRINOCULTURA DA BAHIA
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