segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dengue, perigo também entre os caprinos

Mesmo não fazendo parte do grupo predisposto à infecção, os caprinos correm o risco de colaborar involuntariamente para a proliferação da doença.

 

Se a dengue não ameaça meu plantel, então por quê devo me preocupar? Como qualquer órgão oficial de controle sanitário, é importante que todos estejam envolvidos na tentativa de erradicação desta doença. Por isso, devemos incluir neste grupo também os apaixonados por caprinos. Como se não bastasse o bom senso de auxílio social que devemos prestar, lembremo-nos que em qualquer propriedade, quer seja um grande capril, fazenda, e até uma simples chácara com um único animal é necessário que sempre tenha água limpa disponível para os animais.

 

Atenção! Água limpa e parada em cochos, piquete ou baia são um ótimo local para proliferação dos mosquitos transmissores da dengue. É bom lembrar que não existe apenas um transmissor, o Aedes aegypti (responsável pela disseminação no Brasil); existe ainda um outro agente, o Aedes albopictus. As várias maneiras de controle do mosquito transmissor são freqüentemente lembradas nos meios de comunicação – evitar deixar água parada ou colocar cloro em piscinas. Mas as medidas efetivas são de difícil realização onde mantemos os animais, pois nenhum produto pode nem deve ser colocado na água, sob o risco de modificar o sabor e comprometer sua ingestão pelos animais. Então, o que fazer?

 

Talvez a única maneira de colaborarmos com a não proliferação do mosquito da dengue seja manejar corretamente recipientes como baldes, ou mesmo os cochos onde se coloca a água para os animais – além, é claro, de realizar uma limpeza freqüente. Assim, a retirada de toda a água desses cochos, o ato de esfregar com uma escova dura para então encher novamente de água limpa ao menos duas vezes por semana, é fundamental. Lembre-se que os ovos destes insetos podem permanecer cerca de seis meses em local seco sem eclodir. Mas ao primeiro contato com água surgem novos insetos.

 

Muita gente não entende como os mosquitos podem “nascer” da água, mas o que é preciso entender é que os insetos passam por um ciclo reprodutivo, em que as fêmeas depositam seus ovos na água limpa e parada. Após um certo período ocorre a eclosão das chamadas larvas, estas sim residentes da água. Por fim, transformam-se em insetos adultos. No caso do Aedes aegypti apenas as fêmeas adultas sugam o sangue, ou seja, quando picam um ser humano podem inocular este vírus e fazer com que a vítima desenvolva a doença. Talvez o maior problema no controle ou mesmo no desenvolvimento de uma vacina eficaz seja a existência de mais de um subtipo de vírus causador da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4).

 

Pode parecer que este manejo de limpeza freqüente seja uma prática penosa e às vezes cara, principalmente em grandes fazendas, locais em que seria necessário manter um funcionário para lavar todos os cochos de água (inclusive os locados em pastos). Mas lembre-se que este custo inicial é inferior à possibilidade de ter uma ou mais pessoas internadas e infectadas pela dengue.

 

Fique atento aos sintomas da dengue

A dengue clássica é usualmente benigna. Inicia-se com febre alta, podendo apresentar cefaléia (dor de cabeça), prostação, mialgia (dor muscular), dor retro-orbitária (ao redor dos olhos), náusea, vômito, dor abdominal e exantema máculo-papular (manchas na pele). Em alguns casos, no final do período febril, ocorrem sangramentos – mas eles são raros na dengue clássica.

(Texto adaptado. Autor: Abel Vargas)

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