terça-feira, 16 de novembro de 2010

Adaptabilidade de caprinos Boer e Anglo-Nubiana às condiçoes climáticas do Meio-Norte do Brasil

  • Autores: L. M. Martins Júnior, A. P. R. Costa, D. M. M. R. Azevêdo, S. H. N. Turco, J. E. G. Campelo, M. C. S. Muratori

    RESUMO
    Este trabalho teve por objetivo avaliar a adaptabilidade das raças caprinas Boer e Anglo-Nubiana às condições climáticas do Meio-Norte do Brasil. Foram utilizados para isto dois testes de adaptabilidade (Ibéria e Benezra) e um teste de dissipação de calor (Rainsby). Nos dois primeiros testes foram utilizados, de cada raça, sete machos enquanto que no terceiro apenas quatro. No teste de Ibéria os caprinos Boer demonstraram uma maior adaptação às condições de Meio-Norte, nos dois períodos avaliados. No teste de Benezra foi constatada melhor resposta adaptativa da raça Boer no período seco enquanto que no período chuvoso a raça Anglo-Nubiana apresentou maior adaptação às condições climáticas. No teste de Rainsby, os caprinos Boer e os Anglo-Nubiana não apresentaram diferença significativa nos dois períodos avaliados. Em conclusão, de acordo com os testes utilizados, os caprinos Boer são melhor adaptados às condições de estresse pelo calor da sub-região Meio-Norte do Brasil que os caprinos da raça Anglo-Nubiana.

    INTRODUÇÃO
    A criação de caprinos tem grande importância para a região Nordeste, possuindo a mesma o maior efetivo caprino do Brasil. No entanto, o desempenho dos animais nesta região é ainda insatisfatório, em decorrência, principalmente da criação extensiva que sujeita os animais às intempéries naturais como as condições climáticas e deficiência nutricional em determinadas épocas do ano.

    No que concerne às condições climáticas, é preciso conhecer a adaptabilidade dos animais criados na região. No entanto, infelizmente, poucos trabalhos têm sido realizados e, quando ocorrem, se prendem à avaliação de parâmetros fisiológicos como temperatura retal, freqüência respiratória e freqüência cardíaca, em geral comparando raças exóticas que há muito tempo estão na região e raças nativas.

    Com a raça Boer, introduzida no Brasil há cerca de oito anos, com a finalidade de incrementar a produção de carne caprina no país, poucos têm sido os trabalhos de avaliação da adaptabilidade, mesmo considerando-se apenas a verificação dos parâmetros fisiológicos. Frente a isto e considerando-se que a raça Boer é originária da África do Sul, região tropical como o Brasil, é objetivo deste trabalho comparar a adaptabilidade desta raça à da Anglo-Nubiana, esta última já bastante disseminada no país, através da aplicação de testes de adaptabilidade, buscando subsídios para a escolha da melhor raça, em termos de adaptação climática à sub-região Meio-Norte do Brasil.

    MATERIAL E MÉTODOS
    Neste experimento foram utilizados três diferentes testes: o teste de Ibéria ou Rhoad, o teste de Benezra e o teste de Rainsby, a fim de comparar a adaptabilidade de caprinos das raças Boer e Anglo-Nubiana. Todos os testes foram realizados na mesma propriedade, no município de Timon, Maranhão, distante 465 km da capital do estado e apenas 35 km de Teresina, capital do vizinho estado do Piauí. Foram utilizados nos três testes animais machos, adultos e sadios.

    CONCLUSÕES
    Segundo os testes de Benezra e Ibéria, que avaliam a capacidade de manter a temperatura corporal normal, a raça Boer apresenta maior adaptabilidade às condições de Meio-Norte, em relação à raça Anglo-Nubiana. Já no teste de Rainsby, que avalia a capacidade de dissipação de calor após hipertermia induzida por exercícios, as duas raças mostraram-se semelhantes, porém a raça Boer conseguiu ter a mesma redução de temperatura retal com menor freqüência respiratória, demonstrando ter maior eficiência, provavelmente com menor custo energético.


    (texto adaptado, texto técnico completo em http://www.uco.es/organiza/servicios/publica/az/php/img/web/04_20_50_01AdaptabilidadeMartins.pdf)

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