A eimeriose ou coccidiose caprina é uma doença infecciosa causada por protozoários coccídicos do gênero Eimeria, que acomete principalmente caprinos jovens. É uma parasitose de distribuição mundial, atingindo rebanhos submetidos aos mais diferentes sistemas de manejo, embora seja mais grave e mais freqüente em animais criados em sistemas intensivos, daí a sua importância em rebanhos leiteiros .
O controle da eimeriose dos caprinos deve ser realizado através de práticas adequadas de manejo e pela administração de quimioterápicos, que juntos, objetivam impedir ou reduzir a infecção que ocorre através da ingestão de oocistos esporulados na água e na ração contaminadas. A utilização de drogas específicas contra a eimeriose é de valor relativo quando já existem manifestações clínicas, isto porque, já houve destruição de tecidos e as drogas não são capazes de regenerá-los.
Além disso, geralmente, os coccidiostáticos atuam apenas nas fases precoces de multiplicação dos parasitos, não agindo, portanto, nas formas sexuadas que, geralmente, são as que mais danos causam aos animais. Desta forma, o tratamento preventivo, em todo o rebanho susceptível (animais jovens), iniciado logo após a exposição dos cabritos às formas infectivas, será mais eficaz do que o tratamento curativo.
O tratamento preventivo, que consiste na administração de coccidiostáticos incorporados na água, no leite ou na ração, é recomendado para rebanhos criados em regime de confinamento. A medicação preventiva deve ser iniciada no momento ou logo após a exposição dos animais aos oocistos esporulados, que geralmente ocorre nas duas primeiras semanas de vida.
Entre as drogas recomendadas para o tratamento profilático da eimeriose, as mais utilizadas são os antibióticos ionóforos, destacando-se a monensina, a salinomicina e a lasalocida. Na Embrapa Caprinos, foi realizado um experimento utilizando preventivamente a salinomicina nas doses de 1mg/Kg, em cabritos leiteiros nas fases de cria e recria, obtendo-se excelentes resultados, tanto em termos de ganho de peso, como na redução do parasitismo (Tabela 1, Figura 1). Além do tratamento profilático, as medidas sanitárias são de fundamental importância para o controle da coccidiose dos pequenos ruminantes, principalmente a higienização das instalações, impedindo que os oocistos eliminados através das fezes tornem -se infectivos. No entanto, os oocistos resistem a maioria dos desinfetantes comerciais. Na Embrapa Caprinos foi avaliado o efeito dos desinfetantes do grupo dos fenóis a 5% e 10%, iodophor a 1% e 2%, hipoclorito de sódio a 5% e 10%, formoaldeído P.A.(37%) a 5% e 10% e água clorada comercial a 12,5% e 25% na esporulação de oocistos de Eimeria spp, de caprinos naturalmente infectados com Eimeria spp. Apenas o grupo dos fenóis inibiu a esporulação dos oocistos. Os demais desinfetantes foram ineficazes em impedir a esporulação dos oocistos.
TABELA 1. Valores (média + erro padrão) referentes ao ganho de peso, número de oocistos por grama de fezes (OOPG), rendimento de carcaça e peso do corpo vazio em caprinos submetidos ao tratamento preventivo com salinomicina, nas fases de cria e recria.
OOPG, dados transformados para Log (OOPGx0,02 + 4,5).
Figura 1. Número médio de oocistos por grama de fezes - OOPG (+ erro padrão)1 em caprinos submetidos aos tratamentos preventivos com salinomicina, nas fases de cria e recria (dados transformados para Log(OOPGx0,02 + 4,5). T0=grupo não medicado (controle); T1 e T2= medicados nas doses de 1 e 2mg/kg, respectivamente.
Autor:Luiz da Silva Vieira
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