quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Miíases ou bicheiras

As miíases ou bicheiras são causadas por larvas de moscas conhecidas como varejeiras. As bicheiras podem causar problemas sérios, como a destruição do úbere e dos testículos, além de causar otites e outras complicações, desvalorizando a pele do animal. A mais importante causadora de miíases é a mosca Cochliomyia hominivorax, de coloração verde-metálica (mosca varejeira). Os animais com bicheiras ficam sem apetite, inquietos e magros. Se não forem tratados podem morrer.

As bicheiras devem ser tratadas com substância larvicida, limpeza da ferida, retirada das larvas e aplicação de repelentes e cicatrizantes no local afetado, diariamente, até a cicatrização. Entretanto, estas podem também ser evitadas pelo tratamento do umbigo dos animais recém-nascidos com tintura de iodo a 10% e mediante o controle das moscas, através da limpeza nas instalações. Devem-se tratar todas as feridas que forem vistas nos animais, principalmente na época chuvosa.

A tintura de iodo a 10% pode ser obtida através dos seguintes ingredientes:

  • Iodo em pó 10 g
  • Iodeto de Potássio 6 g
  • Álcool 95 ml
  • Água destilada 5 ml

Caso o criador não disponha dos ingredientes necessários à confecção da tintura, pode adquirir o produto já pronto nas farmácias.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ordenha Manual

Kit Embrapa de Ordenha Manual para Caprinos Leiteiros

Lea Chapaval*
Alan Martins Mororó**


A caprinocultura configura-se como uma das alternativas agropecuárias mais apropriadas para gerar crescimento econômico e benefícios reais no âmbito regional, por vários motivos. Para a concretização dessa alternativa na agricultura familiar, as organizações de produtores vêm se mobilizando e têm provocado alterações econômicas, sociais e culturais significativas. A inclusão do leite de cabra em programas institucionais de compras do Governo de estados, tais como Rio Grande do Norte e Paraíba, também representou uma oportunidade para a consolidação do
aglomerado produtivo do leite de cabra e, por conseguinte, para o fortalecimento dos agricultores familiares. No Nordeste do Brasil, a caprinocultura leiteira de base familiar vem se desenvolvendo em pólos de expansão, porém alguns pontos, tais como, a qualidade e quantidade do leite produzido, precisam ser melhorados. A participação dos agricultores em todas as ações de desenvolvimento e adaptação de tecnologias (análise da rentabilidade, seleção das alternativas tecnológicas, desenvolvimento das ações, na construção de novos conhecimentos e na disseminação das inovações) devem ser consideradas como ponto principal para ampliar a capacidade de geração e de disseminação de resultados.

O projeto intitulado “Melhoria do Acesso dos Agricultores Familiares ao Mercado por Meio de Tecnologias que Promovam a Qualidade do Leite de Cabra e Seus Derivados”, liderado pela Embrapa Caprinos e Ovinos, busca promover o desenvolvimento sustentável da caprinocultura leiteira de base familiar na região semiárida de estados brasileiros, como a Paraíba, Rio Grande do Norte e o Ceará, através da disponibilização e apropriação de tecnologias, utilizando a troca de conhecimentos, que incrementem a produção, assegurem a qualidade e melhore a gestão da propriedade leiteira a da agroindústria familiar para sua futura inserção nos mercados. Uma dessas tecnologias é a utilização do Kit Embrapa de Ordenha Manual®, o qual foi desenvolvido e validado pela Embrapa Gado de Leite (CNPGL) e parcerias, para o uso em bovinos, com financiamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA e que está sendo validado para a espécie caprina como uma das ações do projeto liderado pela Dra. Lea Chapaval, da Embrapa Caprinos e Ovinos.


No Brasil, um grande número de produtores rurais, mais de 80%, retira leite através da ordenha manual. A contagem bacteriana, um dos fatores que determinam a qualidade do produto, costuma ser bastante alta neste tipo de ordenha. Isso ocorre devido a procedimentos incorretos, que levam a uma higiene deficiente, tanto dos tetos da cabra quanto das mãos dos ordenhadores e dos utensílios utilizados. O Kit Embrapa de Ordenha Manual®, seja para bovinos, seja para caprinos leiteiros, é uma tecnologia social que visa à melhoria das condições de vida de
produtores de leite de base familiar, pois possibilita a manutenção deles na cadeia produtiva do leite com um produto de qualidade. A criação desse kit representa a soma de esforços entre produtores, instituições públicas e privadas para disponibilizar uma inovação aberta, acessível e aplicável. É constituído por um balde de aço inox semiaberto para ordenha, um balde de plástico para água clorada, cloro comercial, um par de luvas de borracha, detergente em pó, escova ou esponja de cerdas naturais, entre outros acessórios.

Os materiais contidos no Kit já são conhecidos pelos produtores, mas usados de forma incorreta. É de grande importância para a produção de um leite de cabra com qualidade, aspectos como a limpeza do local da ordenha, o uso da água clorada para higiene dos baldes, as mãos do ordenhador que devem estar limpas e com unhas cortadas. Cerca de 80% das contaminações ocorrem nas salas de ordenha, com prejuízos aos produtores. A ocorrência da mastite, por exemplo, pode gerar perdas significativas na produção de leite dos animais.

Em maio de 2009, houve a realização do projeto piloto para adaptação do Kit Embrapa de ordenha manual para caprinos leiteiros® na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Essa atividade foi coordenada pelo pesquisador Guilherme Nunes de Souza, responsável técnico pelo Laboratório de Qualidade do Leite do CNPGL. Através dos resultados obtidos foi possível detectar o impacto do uso do Kit
em propriedades que não realizam os procedimentos de ordenha de forma correta, ou seja, o Kit realmente melhora a qualidade do leite em relação a contagens de células somáticas e bacteriana total.

A Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, iniciará as ações para validação do Kit Embrapa de Ordenha Manual para Leite de Cabra nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará no mês de fevereiro de 2010. No projeto, o Kit será destinado a agricultores familiares, com
produção de até 50 quilos de leite por dia.

Um dos desafios para a implantação do kit será sensibilizar os caprinocultores para as vantagens que a adoção das Boas Práticas pode acarretar, inclusive para uma futura certificação dos produtos e sua inserção em mercados nacionais e internacionais. Sendo a busca por alimentos mais saudáveis e seguros, informações como a procedência do leite, vacinação dos animais, quais os procedimentos de ordenha que foram adotados, etc. serão cobradas pelos mercados consumidores. Não há como cumprir essas exigências sem a padronização da produção.

O uso do Kit é somente uma das estratégias de Boas Práticas Agropecuárias que a Embrapa Caprinos e Ovinos tem procurado disseminar na produção no território brasileiro. Essas práticas incluem questões que vão desde o manejo sanitário, nutricional e reprodutivo dos animais até a preservação ambiental e o cumprimento da legislação trabalhista nas propriedades rurais.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Leite de cabra fortalece os ossos

Leite de cabra fortalece os ossos

Ele é rico em vitaminas, sais minerais, proteínas, gorduras de alto valor biológico e é facilmente digerido pelo organismo por ser naturalmente homogeneizado. A gordura do leite de cabra é o seu principal elemento energético”. É o que diz o pediatra Paulo Roberto Lopes, da UTI Neonatal do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, em entrevista na imprensa.


Ainda segundo o médico, as células do leite de cabra são menores e por isso a digestão da gordura é mais fácil. Os elevados teores de cálcio e fósforo do leite de cabra são de fundamental importância para a formação e manutenção dos ossos, ajudando as crianças a crescer saudáveis, como também idosos e mulheres na menopausa a prevenir a osteoporose. O cálcio está muito presente no leite da cabra. O leite caprino possui 40% mais cálcio do que o bovino.

Fonte: APAEB

sábado, 25 de setembro de 2010

Aptidão Produtiva (Leite ou Carne) e Libido

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INFLUÊNCIA DA APTIDÃO PRODUTIVA (LEITE OU CARNE) SOBRE A LIBIDO DE BODES DE RAÇAS EXÓTICAS E NATURAIS DA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO NORDESTE BRASILEIRO

RESUMO
Dezesseis reprodutores caprinos agrupados de acordo com a aptidão produtiva (carne ou leite) foram avaliados quanto à libido. Em cada grupo racial (Anglo-Nubiano e Pardo-Sertanejo - para leite; e Boer e Moxotó – para carne), havia quatro animais. Cinco fêmeas mestiças de Anglo-Nubiano foram utilizadas, todas elas estrogenizadas. O experimento foi realizado em Patos – PB (região semi-árida do Nordeste brasileiro) durante 42 dias, entre agosto e setembro de 2002. Os trinta dias iniciais foram reservados para o período adaptativo dos animais e os últimos doze dias, para o processo intensivo de coleta seminal, que obedeceu a um sistema contínuo e crescente de coletas dividido em três fases, cada uma com quatro dias: fase 1, uma coleta ao dia; fase 2, três coletas ao dia; fase 3, seis coletas ao dia. Durante as coletas seminais, todo o comportamento sexual dos bodes foi monitorado, inclusive a libido. Encontrou-se influência significativa tanto da aptidão produtiva como da freqüência da coleta seminal e também da raça sobre o tempo de reação e tempo até ejaculação.

INTRODUÇÃO
É comum entre os criadores sertanejos do semiárido do Nordeste brasileiro a assertiva de que bovinos de aptidão leiteira têm apetite sexual (libido) maior que aqueles de aptidão para carne. Já se conhece o suficiente para afirmar que há diferenças comportamentais bem evidentes, no plano sexual, entre Bos taurus indicus (Linnaeus, 1758) e Bos taurus taurus (Linnaeus, 1758), principalmente no tocante à manifestação da sua
libido.

Evidenciando-se que essas diferenças consistem numa menor manifestação de libido de touros zebu, quando comparados com touros de raças européias, apesar de alguns pesquisadores crerem que isso se deve muito mais aos métodos de avaliação da libido aplicados, que não considerariam as particularidades próprias dos zebus.

De forma que o Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (1998) sugere metodologias diferentes para avaliar a libido de zebuínos e taurinos. Para o bode, muito pouco se tem estudado acerca do seu comportamento sexual e menos ainda quanto à avaliação da libido. Machado et al. (1994) encontraram vantagens quanto ao número de montas realizadas por bodes Moxotó com relação aos da raça Pardo-Alpina. Santos et al. (2003) verificaram influências da raça sobre a libido de bodes exóticos e naturalizados ao clima semi-árido. As performances de uma criação dependem da reprodução e a reprodução depende da vontade e da capacidade dos animais de se engajar num comportamento sexual e se fecundar num bom momento. Para acompanhar melhor a expressão do comportamento, faz-se necessário conhecer os diferentes fatores susceptíveis de influenciá-lo. Conhecer o contexto social "normal" no qual se desenvolve a reprodução pode ajudar a compreender e a manipular as reações dos animais nas condições controladas de criação. Isso permite desenvolver técnicas que atendam as exigências do criador e às
necessidades do animal. Assim, objetivou-se com este trabalho analisar a influência da aptidão produtiva (carne ou leite) sobre o comportamento sexual do macho caprino.


RESULTADOS
Encontrou-se influência significativa tanto da aptidão produtiva como da freqüência da coleta seminal e também da raça sobre o tempo de reação e tempo até ejaculação. Quanto ao percentual de montas com ejaculação de acordo com a aptidão produtiva, só não houve diferença na fase de uma coleta ao dia. Verifica-se que os bodes de aptidão leiteira (Anglo-Nubianos e Pardo-Sertanejos) apresentaram resultados sempre melhores do que os de aptidão para carne (Boer e Moxotós). Quanto ao tempo de reação (em segundos), em todas as três fases de coletas seminais, os bodes de raças leiteiras apresentaram tempos menores aos das raças produtoras de carne. Verificando-se que essa diferença foi ainda mais expressiva nas duas primeiras fases experimentais (5,22 segundos para animais de aptidão leiteira e 22,03 segundos os para carne; 12,86 segundos os de aptidão para leite e 18,13 segundos os para carne, respectivamente, nas fases de 1 e 3 coletas ao dia). Para o tempo até ejaculação (em segundos), as diferenças foram expressivas nas três fases (49,58 segundos os de aptidão para leite e 96,97 segundos para carne; 87,40 segundos os de aptidão para leite e 96,68 para carne; 120,76 segundos os para leite e 153,90 segundos para carne, respectivamente, nas fases de 1, 3 e 6 coletas ao dia). Com relação ao percentual de montas com penetração ou ejaculação, também se
verificou superioridade dos animais leiteiros,principalmente nas duas últimas fases experimentais (97% leite e 92% carne; 87% leite e 44% carne; 52% leite e 22% carne, respectivamente, nas fases de 1, 3 e 6 coletas ao dia.


CONCLUSÃO
Bodes de raça de aptidão leiteira apresentam libido bem superior à daqueles cuja aptidão produtiva é carne. 

Texto Completo: http://www.scielo.br/pdf/cagro/v29n3/a25.pdf

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Deficiência e excesso de cobre na alimentação dos ruminantes: consequências

O manejo dos ruminantes requer uma atenção muito grande em inúmeros setores, sendo o principal deles a nutrição. A alimentação de um ruminante é algo muito complexo que necessita de grandes conhecimentos sobre as funções de cada ingrediente, sua composição e o teor de cada elemento. Um coadjuvante à alimentação propriamente dita é a mineralização, utilizada com o intuito de suprir as carências que ocorram naturalmente nos grão, gramíneas e leguminosas oferecidas aos animais. Um importante elemento contido no sal mineral é o cobre, responsável por inúmeras funções no organismo desses animais, o que faz com que a sua utilização seja feita de forma racional, pois a deficiência do mesmo acarretará muitos prejuízos ao animal, bem como o seu excesso, podendo causar toxicidade, ambos podendo levar ao óbito. A adequação dos níveis de cobre deve ser feita com a pesquisa de alimentos que não possuam essa deficiência, e, ao mesmo tempo, lançar mão de sais minerais específicos para cada espécie, não sendo aconselhado o contrário.

O cobre é um elemento tanto essencial quanto tóxico ao organismo animal. A toxicidade é variável entre os ruminantes, sendo o ovino a mais sensível das espécies.

Os ovinos intoxicados por cobre podem apresentar dois quadros clínicos distintos. O primeiro caracteriza-se pela intoxicação aguda, na qual o animal apresenta uma severa gastroenterite logo após uma alta ingestão de cobre. O segundo, denominado de intoxicação crônica, é o mais comum e caracteriza-se pelo acúmulo de cobre principalmente no fígado, sem manifestações de sinais clínicos.

O acúmulo de cobre pode ocorrer em três circunstâncias: na intoxicação primária causada pela ingestão de quantidades excessivas de Cu. Na intoxicação secundária fitógena, na qual, apesar do Cu ser ingerido em quantidades normais, se produz o acúmulo do microelemento em conseqüência dos baixos níveis de molibdênio; na intoxicação secundária hepatógena, na qual o Cu, ingerido em níveis normais, se acumula no fígado em conseqüência de lesões hepáticas causadas por plantas que contém alcalóides.

A intoxicação por cobre pode ser dividida em três fases distintas: a pré-hemolítica, a hemolítica e a pós-hemolítica. Durante a fase pré-hemolítica, ocorre o acúmulo de cobre no fígado, sem aparecimento de sinais clínicos. O cobre se acumula inicialmente nos hepatócitos perivenosos e posteriormente em outras áreas do fígado. Durante o acúmulo, os hepatócitos aumentam consideravelmente seu número de lisossomos, organela na qual também se acumula o cobre. Atingindo o limiar máximo de acúmulo, ocorre morte celular difusa, promovendo a liberação expressiva de cobre e de lisozimas. O cobre livre desloca-se para a corrente circulatória, onde após entrar nas hemácias oxida a glutationa, substância responsável pela integridade destas células, culminando com a hemólise, cerca de 24 horas após. A morte pode advir das graves lesões hepáticas e renais e do grau de anemia, raramente os animais sobrevivem ao quadro clínico característico de uma crise hemolítica. Aqueles que conseguem sobreviver se recuperam lentamente, no decorrer de duas a três semanas, durante a fase pós-hemolítica.

O cobre é um micromineral essencial, mas também pode ser tóxico. Sob condições práticas, ruminantes em pastejo têm maior probabilidade de sofrerem deficiência de Cu do que excesso, porém, erros nos alimentos oferecidos pode conter uma quantidade excessiva ao animal, causando toxicidade.

O cobre é exigido para a respiração celular, formação de ossos, funcionamento cardíaco, formação do tecido conectivo (sem o Cu ocorre uma falha na maturação e ligação do colágeno com a elastina) e da mielina da medula espinhal, pigmentação de tecidos e queratinização de pêlos e lã (acromotriquia: falta de pigmentação, é a principal manifestação de deficiência e pode ser notada em pêlos e lã). Componente de várias enzimas (junto com o Fe é necessário para a síntese da hemoglobina), o Cobre é importante para a integridade do Sistema Nervoso Central (SNC), em função da atuação de enzimas que atuam na formação da mielina. Além disso está relacionado a outros dois neurotransmissores (dopamina e norepinefrina). Outras funções seriam na atividade reprodutiva, sistema imune e no metabolismo de lipídios.

O cobre exerce importantes funções no sistema nervoso central, no metabolismo ósseo, no funcionamento de vários sistemas enzimáticos, além de ser essencial para a síntese de hemoglobina. Enorme variedade de problemas e distúrbios nos animais tem sido associada a dietas deficientes em cobre. Anemia, crescimento retardado, ossos fracos, insuficiência cardíaca, diarréia e despigmentação dos pêlos e lã são alguns sintomas clínicos apresentados por animais que recebem dietas deficientes em cobre. Durante o crescimento, os bovinos apresentam maiores exigências de cobre do que os ovinos e os animais não-ruminantes. O fígado dispõe de uma reserva mobilizável de cobre. Como o leite é pobre em cobre, os bezerros em aleitamento dependem exclusivamente das reservas hepáticas obtidas por transferência da mãe, no útero. Se as vacas forem deficientes em cobre, terão bezerros com baixas reservas, o que resultará em bezerros prematuramente deficientes.

Muitas vezes, a intoxicação por cobre pode ser resultante do uso desse mineral como promotor de crescimento, principalmente para aves e suínos. O sulfato de cobre é utilizado como estimulante de crescimento, em substituição aos antibióticos, sendo excretados nas fezes. A cama de aves e o esterco de suínos, utilizados como alimento ou como adubo de pastagens, podem intoxicar os animais que deles se alimentam.

Autor: Robson Moura de Lima

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ingresso de Animais na Zona Livre de Febre Aftosa

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Procedimentos para Ingresso de Animais na Zona Livre de Febre Aftosa com Vacinação, Procedentes de Estados de Risco Médio.

- REQUERIMENTO PARA INGRESSO DE ANIMAIS SUSCEPTÍVEIS À FEBRE AFTOSA EM ZONA LIVRE DE FEBRE AFTOSA, solicitado na origem dos animais, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, conforme anexo II da Instrução Normativa nº 44 de 02/10/07.

- ATESTADO ZOOSSANITÁRIO DE ORIGEM PARA INGRESSO DE ANIMAIS SUSCEPTÍVEIS EM ZONA LIVRE DE FEBRE AFTOSA - conforme anexo IV da Instrução Normativa nº 44 de 02/10/07. (deverá acompanhar os animais para conferência no destino)

- Guia de Trânsito Animal – GTA, com rota definida (devendo parar em todos os postos de fiscalização para verificação da documentação e da carga).

- Veículo lacrado pelo Serviço Veterinário Oficial – SVO, na origem, após conferência dos animais.

- A propriedade de destinos dos animais deverá ser comunicado ao SVO, para realizar análise de risco verificando se a mesma reúne condições de realizar quarentena dos animais, durante o período não inferior a 14 dias.

- A recepção dos animais no local de destino deverá ser obrigatória a presença do SVO local, para rompimento do lacre e conferência dos animais.

Em caso de dúvida, solicitar informações ao SVO.

Obs. Durante o transporte dos animais caso ocorra, algum problema no trânsito, a quebra do lacre, ou morte de algum animal, o SVO deverá ser informado imediatamente.

- Quanto ao Transporte de alimentos, para os animais oriundos de outros estados:

Conforme a portaria estadual nº. 412 de 10 de dezembro de 2008, fica proibido a entrada e o trânsito, no estado da Bahia, de plantas e partes de plantas (raquetes e cladódios) de palma forrageira e de outras cactáceas, provenientes de Unidades da Federação com notificação oficial de estabelecimento da cochonilha do carmim.

Entretanto, conforme o Relatório de Análise de Risco da ADAB/MAPA, para o ingresso de animais em áreas livre de febre aftosa com vacinação, é proibida a entrada de palma forrageira e outras cactáceas, silagem, feno e outros tipos de volumosos, além de ração não industrializada, só sendo permitido o acesso de ração industrializada, em embalagem original do fabricante e sem violação.

Exigências sanitárias para ingresso de animais susceptíveis a febre aftosa em eventos agropecuários no estado da Bahia:

GTA – Guia de trânsito Animal para todas as espécies, independente de idade e sexo;

Caprinos - Exame de negativo CAE (artrite encefalite caprina), de animais com mais de 12 meses de idade, realizados até 180 dias antes do encerramento do evento.

Ovinos – GTA

Bovinos e Bubalinos – Atestado de vacinação contra brucelose para animais com idade inferior a 24 meses, e exame negativo de brucelose para animais com idade superior a 24 meses e exame negativo de tuberculose para animais com idade superior a 6 semanas, com validade até o termino do evento.

Suídeos – só é permitido a entrada de animais procedente de GRSC (Granjas de Reprodutores Suídeos Certificadas).

Todo o evento agropecuário deverá ser consultado sobre as exigências sanitárias para o ingresso de animais.

Obs.: Será realizada a conferência da documentação sanitária e o exame clínico individual de todos os animais, sendo impedido de adentrar e permanecer no recinto, os animais que apresentarem sinais clínicos de enfermidades ou com suspeita de doenças infectocontagiosas, ectoparasitárias, mamites, etc..

Todo o evento agropecuário deverá ser consultado sobre as exigências sanitárias para o ingresso de animais no recinto.

Leite da Anglo Nubiana, o mais saudável

A cabra Anglonubiana tem um excelente comportamento no ambiente tropical. Por ser uma cabra rústica bem adaptada ao clima quente, ela é criada no campo, onde se alimenta de uma grande variedade de leguminosas, folhas de arbustos, frutos e gramíneas, produzindo um leite rico em vitaminas e sais minerais, de aroma agradável, de excelente paladar. A Anglonubiana é pouco susceptível a doenças, seu leite é limpo, sem resíduo de antibióticos, vermífugos, sulfas e outros medicamentos. Seu leite é 100% natural, o mais saudável de todas as raças caprinas.


O leite produzido pela cabra Anglonubiana, além de ser o mais saudável, é o que tem o custo de produção mais barato, o criador economiza no volumoso, na ração, nos medicamentos e na mão de obra.


É comum uma cabra Anglonubiana alimentar dois cabritos e ter um excedente de 2 kg de leite por dia se alimentando a campo. Se fornecermos no fim da tarde, como complemento alimentar, um volumoso rico em proteína, as cabras chegam a produzir uma média de 4 kg leite/dia. A Anglonubiana tem sido criticada sob a alegação de não possuir grandes períodos de lactação. Isso, em parte, é verdade para certas linhagens ou indivíduos menos selecionados para produzir leite por longos períodos.


Entretanto, mesmo nessas linhagens são encontrados animais com boas produções no início da lactação, declinando depois e como essa raça não evidencia os inconvenientes da reprodução estacional, (de um parto por ano e restrito a determinados meses, próprios das raças oriundas de clima frio), a Anglonubiana reproduz o ano todo, na prática é possível conjugar estas duas características, grande produção inicial de leite e reprodução não estacional.


Se as cabras Anglonubianas dão três partos a cada dois anos ou, melhor, um parto a cada oito meses, mesmo que as lactações sejam diminuídas, nos períodos totais, para 180 dias, o período de descanso se encurta para 60/90 dias, compensando o período total de lactação maior nas cabras de clima frio, mas que têm um período entre partos muito longo.


Nos concursos leiteiros das Fenagros, foram cabras Anglonubianas que sempre se destacaram, ganhando cinco dos sete concursos realizados. O recorde baiano e das Fenagros é de 1996, da cabra Anglonubiana Jussara do Paschoal, com a produção de 22,20 kg de leite em seis ordenhas durante três dias, com média de 7,40 kg/dia.


A Anglonubiana é uma raça de dupla aptidão, leite e carne, ideal para cruzamentos com as cabras comuns sem raça definida. Os machos são bastante procurados, pois os produtos dos cruzamentos melhoram bastante a produção de leite e a carcaça, é comum cabras meio sangue Anglonubiana produzir 2 kg de leite dia, se alimentando somente a campo.


No crescimento dos cabritos mestiços, ao fim do primeiro mês, verifica-se para machos e fêmeas em conjunto, um aumento de peso em relação à época do nascimento de 2,4 vezes para os animais comuns; 2,5 vezes para os 1/2 sangue; 2,8 vezes para os 3/4, e 2,9 vezes para os 7/8 de sangue Anglonubiana.


Se considerarem as diversas categorias de sangue separadamente, nas diversas idades sucessivas, verifica-se, por exemplo, que à altura dos três meses, quando sempre pode-se contar com um grande número de dados, os animais comuns apresentaram um aumento de 3,9 vezes sobre o peso ao nascer; os 1/2 sangue, 4,9 vezes, os 3/4, 5,6 vezes; vendo-se que a maior eficiência de aumento de peso ocorre à medida que aumenta a percentagem de sangue Anglonubiana, comprovando assim a grande precocidade da raça.


Vale lembrar que este estudo foi feito com fonte de alimento dos cabritos, o leite materno e o campo, o mesmo campo era a única fonte de alimentação das cabras. A raça Anglonubiana adapta-se a todos os sistemas de criação seja extensivo, semi-intensivo e intensivo.

Texto: Sebrae www.dce.sebrae.com.br/.../Leite%20da%20Anglonubiana.doc

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Curiosidade

O leite da cabra Anglo-nubiana é aproximadamente 1% superior em gordura quando comparado ao das raças Alpinas.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pediculose (piolhos)

As criações de caprinos que não possuem as condições higiênicas satisfatórias, geralmente apresentam-se infestadas por piolhos. Existem dois tipos de piolhos: mastigador (Malófago) e sugador (Anoplura).

Os piolhos ocorrem durante todos os meses do ano, porém, com maior intensidade na época seca. A presença dos piolhos em um rebanho pode ser facilmente detectada pelo exame dos pêlos dos animais, preferencialmente, na linha dorso lombar e na garupa. No entanto, os piolhos podem se localizar em outras regiões do animal, causando coceira e irritação da pele, inquietação e emagrecimento, podendo levar os animais à morte.

Os piolhos podem ser controlados mediante pulverização ou banho dos animais com produtos a base de piretróides (produtos de baixa toxicidade). Também pode ser utilizada uma calda a base de Melão-de-São-Caetano. Essa calda deve ser bem forte, podendo ser obtida a partir de um quilo de folhas verdes de Melão-de-São-Caetano para cada 10 litros de água. As folhas devem ser maceradas ou trituradas e misturadas à água. Após esse processo, a mistura deve ser filtrada (coada) com pano e utilizada para banhar os animais.

Quando da aplicação de produto químico para controle dos piolhos, os seguintes cuidados devem ser tomados:

  • Aplicar o produto de preferência pela manhã.
  • Misturar o produto com água, de acordo com a recomendação do fabricante.
  • Repetir o tratamento após dez dias.

Para evitar a ocorrência de piolhos nos caprinos, devem ser realizadas inspeções periódicas do rebanho, para detectar a possível ocorrência do parasita. Além disso, deve-se evitar a entrada de animais com piolhos na propriedade.

domingo, 19 de setembro de 2010

Sarna

A sarna é uma parasitose causada por ácaros, que são parasitas muito pequenos, medindo menos de 1 mm.

Os caprinos, geralmente, são acometidos pela sarna auricular, conhecida como caspa do ouvido, e sarna demodécica, conhecida como bexiga, que danifica o couro do animal.

a) Caspa do ouvido

  • Realizar a limpeza do ouvido, retirando as crostas com algodão embebido em uma solução de iodo a 10%.
  • Usar sarnicida no local.
  • Usar repelentes para evitar bicheiras.

b) Bexiga

  • Não comprar animais com bexiga.
  • Controlar a superlotação nos apriscos.
  • Tratar os animais doentes com ivermectin, aplicado por via subcutânea, a uma dose de 0,2 mg por quilograma de peso vivo, em uma única dose.

Os animais doentes devem ser separados e tratados com sarnicida de uso tópico ou geral. Aqueles animais que, porventura, não melhorarem com a aplicação do remédio devem ser descartados do rebanho.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Quarentena para a Nacional em Salvador

A FENAGRO 2OlO sediará a Exposição Nacional do Anglonuloiano, e ocorrera entre os dia 27 de novembro e 5 de dezembro, no Parque
de Exposições de Salvador/ BA. Uma das questões essenciais desta Nacional é a questão da Barreira Sanitaria da Aftosa.
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Para garantir uma participação mais tranquila na exposição, são necessárias algumas providências por parte dos criadores e expositores da zona de risco desconhecido de Aftosa, para estarem presentes a este evento. Alguns estão falando que a barreira se abrirá, mas isso pode ou não ocorrer em tempo hábil para a participação no evento. Desta forma, apesar de não ser oficial, seguem algumas informações publicadas pelo vetérinário Zeca Gertner, Presidente do Núcleo da raça no estado, para que o criador tenha tranquilidade em sua preparação para a exposição:

1 - Solicite em seu Estado de Origem (Piauí,Ceará,Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Maranhão, Alagoas, Pará, Amazonas e outros) no MARA, o início da quarentena para ir à Exposição Nacional na BA;
2 - O MARA do Estado de origem comunica ao MARA do estado de destino, sua solicitação, e este, no caso a Bahia, para as Exposições Nacionais, já vai prontamente autorizar, pois as coisas na BA já estão articuladas;
3 - A autorização do Estado de destino faz com que se inicie o processo;
4 - O MARA da origem comunica a Agência Sanitária estadual que vai ao seu imóvel, ou ao imóvel que os criadores resolvam fazer a quarentena de modo coletivo, conforme o fretamento de Caminhão para a viagem. Estando as condições de isolamento destes animais apropriadas, poderá iniciar em tempo hábil a quarentena. Durante cerca de 21 dias, nenhum animal poderá entrar ou sair deste imóvel. Os 14 dias após o início, com os animais vistoriados, quanto a ausência de ectoparasitas e doenças infecto-contagiosas, clinicamente, e devidamente identificados (TOD e TED), coleta-se material – sangue - para ser enviado ao Instituto Biológico de SP, que fará o exame de Aftosa. Concomitantemente deve-se fazer o exame de CAE\/- Artrite Encefalite Caprina a Vírus, pois é uma exigência da Bahia, chegando os resultados, no 21° dia, salve feriado, domingo, greve... O lote estará autorizado a seguir viagem com destino a Feira de Santana, na Bahia, seguindo um roteiro pré-estabelecido, que pode ser sugerido pelo solicitante no início do processo, aonde haverá barreiras sanitárias que vão averiguar a papelada, o lacre da gaiola do carro e fazer umas pulverizações aqui e acolá, vão carimbar a papelada e se segue viagem. Em Feira de Santana, aonde está sendo montada toda a infra-estrutura para a quarentena coletiva para a Nacional do Anglo e da raça Santa Inês. Onde
será aberto o lacre pela vigilância estadual, ADAB, na recepção.
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5 - Na BA os animais ficarão por mais 14 dias em observação para poderem seguir para o Parque de Salvador, e de lá para qualquer parte do País, pois estarão legalmente, em área livre de Aftosa com vacinação, com exceção de Santa Catarina, que já é livre sem vacinação.

Em Feira de Santana, a Bahia estará disponibilizando estrutura de acesso dos tratadores a alimentação, condições de hospedagem, comércio de feno e fármacos, entre outros, e fornecerá contatos de ”boiadeiros” credenciados a transportá-los para Salvador, que fica a 90 km dali, por  ocasião da liberação.
 

Os criadores devem conduzir seus quarentenários de forma a estarem liberados a dar início a suas quarentenas já a partir de
10/09, aproximadamente. Então é necessário iniciar os trâmites na primeira quinzena de agosto, para estarem liberados para a viagem, por volta de 10/10, pois imprevistos ocorrem e é bom haver prazo de sobra, para que cheguem a Feira de Santana entre os dias 03 a 06/11, datas de recepção, pois às 18 h do dia 06/11, o Parque será lacrado e não poderá entrar mais animal nenhum, sob pena de se quebrar a data/prazo da quarentena. Sendo assim, lá pelo dia 20/11, todos os animais em quarentena estarão liberados para seguir para o Parque de Exposições de Salvador, e de lá legalmente para todo o País.

Fonte: Revista Cabras & Ovelhas, Edição 53 de Agosto de 2010.

I Seminário da Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos

 

Nos dias 02 e 03 de setembro de 2010 aconteceu o I Seminário da Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos e a sua 5ª reunião, onde participou do encontro a Secretária Executiva Srª Carina Cezimbra - SEAGRI/SUAF; Ilmo. Srº Eduardo Salles - Secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia (SEAGRI); Srº. Vanderlan Araújo da Silva (COOPERJ); Srº Ronaldo Almeida (Prefeito Município de Jussara); Srº Ailton Mendes Dias (Vice Prefeito Município de Jussara); Srº. Francisco de Souza (Secretário de Agricultura Municipal), Srº. Joelson Matos (Gerente Regional da EBDA); Srº Antônio Lemos Maia Neto (Fiscal ADAB), Srº Val (SEINFRA).

O Srº Vanderlan Araújo da Silva – Presidente da Cooperativa dos Empreendedores Rurais de Jussara – COPERJ, deu boas vindas aos participantes e informou sobre a importância dos projetos Implantados no Município de Jussara, em seguida bem como Srº Ronaldo parabenizou a diretoria da Cooperativa e desejou boas vindas. O Secretario da Agricultura do Estado da Bahia propôs a continuidade do Projeto de Melhoramento Genético de Caprinos e Ovinos e falou sobre a importância da Câmara de Caprinos e Ovinos para o desenvolvimento da cadeia; O início das apresentações aconteceu com a apresentação do Sr. Vanderlan que explicou como surgiu a COOPRERJ, seu histórico, os programas e projetos implantados pela COOPERJ (Projeto Cabra de Corda, Projeto do Abatedouro-Frigorífico de Caprinos e Ovinos, Programa de Capacitação Permanente, Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural, Projeto do Curtume para Peles Caprinas e Ovinos, Projeto do Laticínio para Leite Caprino e Bovino, Desenvolvimento e implantação do Software CAPRISOFT, Projeto Tecnologias para a Cadeia do Leite, Projeto de Capacitação Tecnológica de Convivência com o Semi-árido, Elaboração e Implantação de Plano de Produção de Cabritos e Borregos, Elaboração e Implantação de Plano de Gestão do Complexo, Revisão do Plano de Produção e Plano de Gestão do Complexo, Projeto CEP Controle de Produção Especifica Industrial, Projeto de Compra Antecipada e PROGRAMA FOME ZERO). Também demonstrou os Investimentos Realizados e Demanda de Recursos para Operacionalização do Complexo bem como a lista dos cooperados tanto no frigorífico quanto no laticínio, também falou sobre a marca “Zabelê” própria da Cooperativa e que está sendo trabalhada pelo SEBRAE .

Continuando as apresentações o Srº Jason Ferreira Primo Júnior – Coordenador do Núcleo de ATER da Fundação APAEB, explicou que a APAEB não é uma empresa com fins lucrativos e falou sobre sua estrutura e que é uma associação com projetos econômicos, onde todo os resultados são reinvestidos na comunidade. A área de atuação da associação é o território do Sisal descrevendo a situação edafoclimártica dos municípios que compõem este Território. Apresentou também o Projeto Laticinio DACABRA onde os Fornecedores são selecionados dentre os associados e recebem Ater, podendo acessar o PRONAF, o leite é fornecido em sistema de cotas e São realizadas reuniões bimestrais. O laticínio possui regras de funcionamento e os fornecedores devem enquadrar-se para fazerem parte do grupo.

Sr. Erivaldo de Santana Dias apresentou a experiência da COOPSISAL e explicou que os produtores receberam capacitação da APAEB e hoje comercializam seus produtos com a CONAB o que permitiu melhoria na renda dessas pessoas.

A apresentação sobre o Projeto de Inclusão Sócio-produtiva com o Fortalecimento da Economia dos Pequenos Produtores Familiares do Semi-árido Baiano, foi realizada pelo Sr. Carlos Silveira. O objetivo do referido projeto é promover a inclusão Sócio-produtiva com o fortalecimento da Economia dos Pequenos Produtores Familiares do Semi-árido Baiano, com investimentos em apoio técnico financeiro e mecanismos de incentivo à inclusão sócio-produtiva. Os beneficiários são as Famílias inscritas no Cad Único, beneficiários do Programa do Governo Federal Bolsa Família e a área de abrangência são os municípios da primeira etapa do Programa Terra de Valor. Com relação a caprinocultura leiteira o projeto pretende atender a 1.000 beneficiários diretos com a criação de estruturas que possibilitem a produção de leite durante todo o ano, proporcionando a existência de alimentação em quantidade e qualidade para as matrizes, garantindo a sustentabilidade durante o período de estiagem, bem como a qualidade do leite a ser beneficiado capacitando tecnologicamente os produtores.

Quanto ao papel do serviço de inspeção estadual o Sr. Adilson Pinheiro - Coordenador de Operações Especiais – DIPA/ADAB, que é Coordenador de Inspeção, apresentou a estrutura da Agência e os desafios da cadeia produtiva do leite da Bahia frente a qualidade – conseguir os selos de inspeção Federal, Estadual e Municipal para isso alguns pontos devem ser superados: Modernização das indústrias - instalações e equipamentos; Diversificação da linha de produção e estimulo ao registro dos demais produtos nos Serviços de Inspeção. (SIE); Dinamizar o comércio; Melhorar a qualidade do leite produzido; Aumentar os pólos produtores em regiões estratégicas e já com alguma tradição na área; Inibir o comércio informal de leite e derivados na porta das casas; Fomentar a formação de novos pólos de leite de cabras. Falou também sobre Programa de Segurança Alimentar: BPF/PPHO/ APPCC/ Saúde Publica/ Fraude econômica/ Perdas Baixa Qualidade e apresentou um filme que demonstrou as condições precárias de higiene para a produção de queijo, o que dificulta a aquisição de selos de qualidade.

O Sr. Jailson Cedraz – SEBRAE, Falou da Associação de Pequenos Produtores de Quicé localizada no município de Senhor do Bonfim e que tem como objetivo promover o desenvolvimento e assistência aos pequenos agricultores e agricultoras em seus aspectos educacionais, culturais, sócias, agrícolas, tecnológicos, jurídicos, econômicos e financeiros. Falou do Projeto para elaboração da Usina de Beneficiamento de Leite de Cabra em QUINCÉ. A missão da associação é colocar nos mercados interno e externo produtos derivados do leite de cabra e de vaca em quantidade e qualidade que satisfaça consumidores, produtores e colaboradores, além de fomentar o desenvolvimento sustentável do território. Os produtos produzidos são leite de cabra, de vaca, iogurte com polpas de frutas os produtos possuem o selo de inspeção estadual (SIE).

O medico Veterinário Paulo José Theóphilo Gertner (Zeca), da Suporte Assessoria Veterinária, Gerente de registros de caprinos da ACCOBA, Coordenador na BA do Programa de Melhoramento Genético de Caprinos da EMBRAPA e membro da Comissão do PMGC da ABCC, falou como os índice de inseminação ainda oscilam muito, pois os fatores que influenciam os resultados são muitos, sendo a nível de pequenos agricultores familiares taxas ainda baixas, entre 30% e 60% o que explicita ainda a grande necessidade de assistência técnica para os produtores poderem acessar determinadas tecnologias, tendo que trabalhar forte na base com sanidade, nutrição e manejo geral.

Mas, Zeca chamou a atenção da importância da massificação dos programas de melhoramento, e sugeriu que os programas Oficiais de compra da produção contemplassem a possibilidade destes animais serem controlados com registros, mesmo se tratando de animais S.R.D. e em programas de cruzamentos, nos diferentes graus de sangue, pelas estaduais aqui no caso a ACCOBA, pelo sistema da ABCC, participando de programas que orientando a seleção permitiria o aumento da produção de Leite com o Genótipo x Ambiente mais indicado para cada sistema. Engajado ou não em Testes de Progênie e demais avaliações Zootécnicas, concluído que o momento de organização na Bahia e o grau de comprometimento das diversas autarquias envolvidas nunca esteve tão propicio a estes avanços no Estado.

No dia 03 de setembro houve visitas aos empreendimentos e às propriedades rurais no município de Jussara:

1° Visita ao Laticínio COPERJ/ACCOJUS – Sr. Vanderlan, Informou que recebe por dia 800 à 900 litros de leite de Cabra e em média de 1.000 à 1.500 litros de leite de vaca. Tem em média 56 produtores (associados), fornecedores de leite de cabra e vaca. Em Janeiro há aumento de leite no mercado. Possuem um tanque de expansão com capacidade para receber 3.500 litros de leite para armazenamento. Será instalado um Programa de Treinamento na parte contábil para os funcionários (treinamento/ orientação).

2° Visita Frigorífico - COPERJ/ACCOJUS - Sr. Vanderlan explicou que atualmente 42% do que é abatido é comercializado com a CONAB, até dezembro 130 toneladas devem ser entregues à companhia; Aplicação das boas práticas (adequação ao mercado consumidor); a equipe vem sendo treinada para passar de 25 animais abatidos por hora para 35 animais por hora. Atualmente o trabalho que esta sendo realizado tem o apoio do SEBRAE sobre a questão da marca Zabelê.

Futuramente pretende-se a ampliação da câmara fria para que acompanhe o aumento da produção. Associação está encaminhando nova proposta para a SEDES para o ano de 2011. O desafio é não perder a venda dos 30% do que é rejeitado de caprinos e ovinos pelo mercado bem como não perder o mercado institucional. Mas ainda é grande o preconceito em relação ao leite de cabra, porém há muito espaço para que haja investimentos na criação de caprinos e ovinos bem como equipamentos e estrutura para processamento de seus produtos.

3° Visita a Propriedade – Produção de Gado de Leite

Grupo de irmãos que retornaram de São Paulo, e se estabeleceram na região para investir na Bovinocultura leiteira com instalações rústicas e tecnificação da alimentação, visando sempre a utilização racional da terra. Produz em média 450 litros/dias e tem a meta de produzir 1000 litros/dias até dezembro 2010. O leite é todo processado na Cooperativa. Hoje é considerada a maior cidade de desenvolvimento.

4° Visita a Propriedade - Cabra de Leite

Sr° Gilvan apresentou sua propriedade bastante funcional apesar de rústica e demonstrou que não é necessário muita sofisticação para a produção de leite de cabra no semi – árido. Nos informou também que após 50 dias de parida há possibilidade de trabalhar com 3 litros/dia de leite a apartação total acontece em 45 dias.

Cabras que produzem de 2,5 – 3 litros de leite/dia são realizadas 2 ordenhas o que evita machucar muito o animal. A estrutura suspensa foi trocada pelo chão batido devido a problemas respiratórios devido a ventilação intensa. Fornece casca de mandioca triturada, sal mineral, palmas forrageira, feno, leucena, sorgo forrageiro.

Possui animais: Saanem, Murciana, Bôer, Canindé, Anglonubiana e esta muito animado com a possibilidade do cruzamento denominado “Sanglo” (Saanem X Anglonubiana). Em torno de 8 meses cruzam e após 5 meses de gestação inicia a produção.

5° Visita a Propriedade de Irrigação engorda de Gado Bovino

Na propriedade do Sr Marcos, onde nos foi oferecido um belo almoço, podemos conhecer uma propriedade familiar que produz tomate e gado leiteiro. A produção vegetal é irrigada através de água armazenada em um grande reservatório construída na área e também o grupo conheceu o plantio de palma adesada,produzindo 35 Tn/ha, que é fornecida aos animais.

As visitas a campo permitem que os componentes da câmara tenham oportunidade vê os problemas do setor e as experiências bem sucedidas de conhecer a pecuária principalmente de pequeno porte, nas diferentes regiões do Estado.

Deu-se direcionamento aos encaminhamentos deste e de ouros encontros da Câmara e definiu-se que o próximo encontro será no Distrito de Caldas do Jorro, município de Tucano- BA, Hotel Pousada do Jorro, Pça ACM, nº48, na região da Rota do Bode nos dias 20 e 21 de Outubro de 2010.

Objetivo: Oficina para elaboração de documentos sobre as ações para a Cadeia, deliberados pela câmara em reuniões anteriores.

As entidades a serem convidadas para próxima reunião: FETRAF, UNICAFS, FETAG, CETA, FRIG. PINTADAS PILAR, SEDIR, CDA, CERB, CET, SECTI, SEDES, SEBRAE, Quicé/APAC, BB, OCEB, COAP, FUNDO DE PASTO, FRIGO. PANTANAL, UFBA, IDR Sisal, UNEB Juazeiro, UESB, IF Baiano, Casa Civil e Ministério Público.

Atenciosamente

Paulo José Theophilo Gertner (Zeca)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Protegendo o Rebanho com Jumentos de Guarda

A mais recente utilização dos jumentos é como animais de guarda nos rebanhos de caprinos e ovinos. Sabe-se que os jumentos são incompatíveis com cães e lobos, os jumentos quando mantidos sozinhos com os ovinos trabalham muito bem como "guarda do rebanho". Quando digo solitário, quero dizer que não se pode manter dois jumentos na guarda do rebanho porque um fará companhia ao outro e eles esquecerão a guarda do rebanho. Como testar a incompatibilidade dos jumentos com os cães? Ponha os dois em um pequeno cercado e veja o que acontece, por medida humanitária forneça uma saída para a fuga do cachorro.

Vantagens de utilizar o jumento para guardar o rebanho:
• È melhor do que colocar veneno

• Em certas condições eles fornecem cuidados 24h contra predadores e outros intrusos.
• Custam menos para manter que outros animais de guarda
• Jumentos são compatíveis com outros animais de rebanho e tem necessiades alimentares parecidas. Eles comem a campo, não requerem alimentação especial.

Os jumentos provavelmente não protegem o rebanho deliberadamente. Muitos jumentos não gostam, e são agressivos com cachorros, raposas, etc, e por isso dão uma proteção indireta ao rebanho. Jumentos tem uma audição exemplar, um bom olfato e excelente visão. Eles usam esses sensores para detectar intrusos. Fazem zoada, perseguem, mordem e dão coices para se livrar de predadores.  Alguns jumentos também podem perseguir veados, ursos e outros animais estranhos, humanos e outros intrusos da mesma maneira. Jumentos não patrulham intencionalmente, mas investigam perturbações no rebanho.

 

Eles tem mais sucesso em proteger o rebanho em locais planos e pequenos, onde o jumento possa ver tudo ou a maior parte do local de um lugar só. Além do comportamento agressivo, a presença de um animal maior perto dos pequenos pode inibir predadores. Para que um jumento tenha sucesso e seja consistente no trabalho de proteger o rebanho é preciso selecionar, treinar e ser realistico nas espectativas. Eles tem limitações fisicas, precisam ser saudáveis, razoavelmente amigáveis com humanos e fáceis de lidar.

 

Nem todos os jumentos estão aptos a ser guardiões, caso um não funcione tente outro, vale a pena, mesmo que tenha que fazer tentativas com vários animais. Jumentos tem uma vida longa, um jumento de guarda vai oferecer proteção por muitos anos.  Use apenas fêmeas ou castrados, jumentos inteiros não devem ser usados a não ser que tenha sido criado junto com o rebanho, pois caso contrário pode atacar o próprio rebanho. Pela mesma razão jumentas em cio não devem ser utilizadas.

 

Jumentos de guarda podem precisar de várias semanas para se adaptar ao rebanho. Não permita que ele ande com outros jumentos ou equinos, dessa forma ele passa a pensar que é parte do rebanho de caprinos, ovinos ou bovinos. De preferência deve ser usado um jumento nascido junto com o rebanho e a mão deve ser afastada depois do desmame para que ele cresça junto com este. Caso esse não seja o caso, antes de colocar o jumento junto com o rebanho deixe ele do outro lado da cerca onde está o rebanho por um tempo, isso dá ao jumento e ao rebanho tempo de se acostumarem um com o outro de forma segura. De uma semana a dez dias depois desse periodo de socialização leve o jumento para passear ao redor do rebanho para que eles possam se cheirar e se tocar.  Depois prenda o jumento em um cercado com o rebanho e alimente e cuide dele por cerca de uma semana. Até aí eles já devem ter aceitação um pelo outro. Deixe o jumento correr solto no cercado ou pasto e logo o rebanho vai estar indo atrás do jumento quando houver perigo. Alimente o jumento junto com o rebanho para que se sinta parte deste. Caso o rebanho seja alimentado em cochos, alimente o jumento em um cocho separado para que o rebanho coma sem problemas. Sempre alimente o jumento quando alimentar o rebanho.

Deixe todos os cachorros longe dos jumentos, não teste o jumento provocando ele. Não permita que os cachorros da fazenda fiquem familiarizados com o jumento, não use cachorros para conduzir o rebanho perto do jumento. Se o jumento for agressivo com o rebanho ou tiver medo deste (ou vice-versa), remova ele imediatamente.

 

Não se sabe o número máximo de animais que um jumento pode proteger, mas não deve ser usado para mais de 200. Jumentos não são muito úteis em áreas com vegetação cerrada, onde o rebanho pode se dispersar.


Existe uma exceção para a regra de apenas um jumento por rebanho: jumentas com filhotes mamando. Nessas ocasiões elas  se tornam muito protetora e o jumentinho nascendo com o rebanho tem maiores possibilidades de se tornar um jumento de guarda também.

 

Remova o jumento do convivio das fêmeas do rebanho prestes a parir, e só introduza os filhotes quando estes estiverem prontos para ir ao pasto.

Venda de Baias Fenagro 2010

Amigos criadores.

A ACCOBA disponibilizou 302 baias para caprinos e ovinos na Fenagro 2010, para raça Anglonubiana foram 82 baias em local privilegiado com demissão de 7,5 m2 ( cada baia comporta 08 animais jovens ou 06 adultos confortavelmente) ao valor de R$ 350,00, já foram vendidas 60 dessas baias, quem ainda não comprou favor fazer com a brevidade possível, as outras raças em especial a Santa Inês está com uma procura enorme e existe a possibilidade se não haver interessados pelas 20 baias restantes em ser cedido para essa raça.

Estou aqui a disposição.

Atenciosamente.

Tomaz Radel

Diretor de eventos da ABC Anglo. 

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Controle da Eimeriose em Caprinos Leiteiros

A eimeriose ou coccidiose caprina é uma doença infecciosa causada por protozoários coccídicos do gênero Eimeria, que acomete principalmente caprinos jovens. É uma parasitose de distribuição mundial, atingindo rebanhos submetidos aos mais diferentes sistemas de manejo, embora seja mais grave e mais freqüente em animais criados em sistemas intensivos, daí a sua importância em rebanhos leiteiros .

O controle da eimeriose dos caprinos deve ser realizado através de práticas adequadas de manejo e pela administração de quimioterápicos, que juntos, objetivam impedir ou reduzir a infecção que ocorre através da ingestão de oocistos esporulados na água e na ração contaminadas. A utilização de drogas específicas contra a eimeriose é de valor relativo quando já existem manifestações clínicas, isto porque, já houve destruição de tecidos e as drogas não são capazes de regenerá-los.

Além disso, geralmente, os coccidiostáticos atuam apenas nas fases precoces de multiplicação dos parasitos, não agindo, portanto, nas formas sexuadas que, geralmente, são as que mais danos causam aos animais. Desta forma, o tratamento preventivo, em todo o rebanho susceptível (animais jovens), iniciado logo após a exposição dos cabritos às formas infectivas, será mais eficaz do que o tratamento curativo.

O tratamento preventivo, que consiste na administração de coccidiostáticos incorporados na água, no leite ou na ração, é recomendado para rebanhos criados em regime de confinamento. A medicação preventiva deve ser iniciada no momento ou logo após a exposição dos animais aos oocistos esporulados, que geralmente ocorre nas duas primeiras semanas de vida.

Entre as drogas recomendadas para o tratamento profilático da eimeriose, as mais utilizadas são os antibióticos ionóforos, destacando-se a monensina, a salinomicina e a lasalocida. Na Embrapa Caprinos, foi realizado um experimento utilizando preventivamente a salinomicina nas doses de 1mg/Kg, em cabritos leiteiros nas fases de cria e recria, obtendo-se excelentes resultados, tanto em termos de ganho de peso, como na redução do parasitismo (Tabela 1, Figura 1). Além do tratamento profilático, as medidas sanitárias são de fundamental importância para o controle da coccidiose dos pequenos ruminantes, principalmente a higienização das instalações, impedindo que os oocistos eliminados através das fezes tornem -se infectivos. No entanto, os oocistos resistem a maioria dos desinfetantes comerciais. Na Embrapa Caprinos foi avaliado o efeito dos desinfetantes do grupo dos fenóis a 5% e 10%, iodophor a 1% e 2%, hipoclorito de sódio a 5% e 10%, formoaldeído P.A.(37%) a 5% e 10% e água clorada comercial a 12,5% e 25% na esporulação de oocistos de Eimeria spp, de caprinos naturalmente infectados com Eimeria spp. Apenas o grupo dos fenóis inibiu a esporulação dos oocistos. Os demais desinfetantes foram ineficazes em impedir a esporulação dos oocistos.

TABELA 1. Valores (média + erro padrão) referentes ao ganho de peso, número de oocistos por grama de fezes (OOPG), rendimento de carcaça e peso do corpo vazio em caprinos submetidos ao tratamento preventivo com salinomicina, nas fases de cria e recria.

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OOPG, dados transformados para Log (OOPGx0,02 + 4,5).

Figura 1. Número médio de oocistos por grama de fezes - OOPG (+ erro padrão)1 em caprinos submetidos aos tratamentos preventivos com salinomicina, nas fases de cria e recria (dados transformados para Log(OOPGx0,02 + 4,5). T0=grupo não medicado (controle); T1 e T2= medicados nas doses de 1 e 2mg/kg, respectivamente.

Autor:Luiz da Silva Vieira

sábado, 11 de setembro de 2010

Fenagro 2010

Bom dia amigos criadores.

Durante essa semana aqui em Feira de Santana a ACCOBA em parceria com a ABC Dorper promoveram a Expo Nordestina da raça Dorper que finda nesse domingo, sucesso total.

Os coordenadores, Almir Lins, Henrique Cerqueira e Ricardo Falcão sabendo da importância do evento tiveram que melhorar bastante a estrutura, fizeram uma nova pista de julgamento junto com um piso elevado com estrutura de bar, acesso a internet etc., se preocuparam em dar conforto aos animais,criadores e visitantes.

Houveram gastos extras em divulgação, 03 jurados, inspetor técnico da ARCO para admissão, tendas, iluminação, transporte e montagens de baias etc.

Para fechar o orçamento foi necessário subir os preços das baias de Dorper de R$ 200,00 para R$ 300,00, quando foi anunciado essa majoração houve insatisfação de alguns criadores, porem quando chegaram a Feira de Santana e viram a estrutura que foi montada, perceberam que valeu apena o investimento.

O retorno veio nas vendas de animais nas baias e nos leilões, fazia tempo que não se via uma procura por caprinos e ovinos como foi essa Expo Feira, Anglo, Boer, Santa Inês e Dorper,  os animais premiados vendidos por boa soma no leilão de Elite, hoje o Leilão da ACCOBA promete boas vendas, garanto que os insatisfeitos hoje nem se lembram que pagaram a mais.

O mesmo vai acontecer com a Fenagro 2010, Almir e seus auxiliares vão caprichar na organização das Nacionais de Anglonubiana e Santa Inês, vamos pagar R$ 100,00 a mais pelas baias de 9,0 m2 e  R$ 50,00 pelas baias de 7,5 m2 em relação ao ano passado, esse investimento será para ajudar a custear a estrutura, divulgação, conforto, atendimento, tudo que só vai engrandecer o evento.

Vamos ter retorno em visibilidade ao negocio caprino e ovino, novos criadores virão, vamos vender bem em leilões, nas baias e fazer futuros negócios.

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Sei que dinheiro não agüenta desaforo, que sempre que há uma majoração gera insatisfação, mas vamos encarar como investimento que com certeza haverá retorno para todos.

Abraço,

Tomaz Radel. 

História da Raça Anglo-Nubiana

A empresa de navegação P&O, no século XIX, carregava cabras para sustento da tripulação e vendia o que sobrava no destino. Logo percebeu que havia compradores para cabras na Inglaterra! Geralmente os navios de P&O levavam cabras embarcadas na Índia, ou na região de Chitral, ou também da Núbia, Egito, Assíria e Síria. Todas tinham certas características comuns: longas orelhas pendentes, pêlo curto e perfil convexo. Obviamente outras empresas de navegação também transportavam cabras que, invariavelmente, chegavam até a Inglaterra.


O tipo preferido pelos compradores era a cabra Nubiana, variedade Zaraibi, do Egito. Durante os anos 1878-1880 cabras famosas eram exibidas em exposições com o nome de Nubiana, embora pudessem ter origem na África, ou na Índia, ou em qualquer lugar fora da Inglaterra.

Na Primeira Exposição, de 1875, já havia cabras da raça "Anglo-abissínia" e, na Segunda Exposição, em 1876, havia outras da raça "Anglo-indiana". Estas mestiças faziam sucesso pelo leite produzido. Afinal, apenas o leite interessava - e a pele! Entre 1878 e 1880 receberiam prêmios extras por suas qualidades leiteiras, com o nome de "Inglesa-indiana". Nessa ocasião, surgiu uma cabra que foi descrita como um espécime quase perfeito da Nubiana, pela sua altura, suas pernas longas, seu nariz romano, sua pelagem muito fechada e orelhas longas e pendentes.


A Associação Inglesa de Criadores de Cabras (British Goat Society) foi fundada em 1879, passando a estimular a criação de caprinos. Não havia nenhuma cabra realmente nativa na Inglaterra; todos os tipos existentes eram os mesmos encontrados no noroeste da Europa, geralmente de orelhas curtas, pelagem grosseira e pouca produção leiteira. No final do século XIX e início do século XX surgiu um entusiasmo pela importação de cabras estrangeiras, tanto oriundas do Leste como dos Alpes Suíços. As cabras da Suíça começaram a entrar na Inglaterra na década de 1880. O primeiro Toggenburg provavelmente chegou em 1884, logo se tornando um animal maior que na própria Suíça. Suas filhas eram superiores a qualquer tipo de cabra que houvesse na Inglaterra.


Sob orientação da British Goat Society, a partir de 1892, a raça Anglo-Nubiana sofreu uma importante evolução, pois foi melhorada com o auxílio de técnicos de todas as partes do mundo, os quais - a convite da Sociedade - prestaram serviços na melhoria da raça. As pessoas ricas ou de alto gabarito social interessaram-se, então, pela criação da raça. Entre estas, estava a baronesa Buroett-Goutts e Mr. H. S. Holmes Peggler, que era tesoureiro da associação.


No início do século XX, a literatura ainda era muito confusa a respeito da cabra Nubiana. Holmes Pegler escreve que as primeiras importações de cabras Nubianas chegaram à Inglaterra em 1883 e 1891, mas chegaram via Paris. O próprio Pegler, no entanto, ao ver os animais, decidiu que a primeira importação era de animais da raça Mambrina e a segunda, com uma única cabra chamada "Ali Baba" que era da raça Berberina.


Em 1886 a British Goat Society abriu um livro de Registro Genealógico para cabras, mas não para rebanhos. Ou seja, somente eram inscritas cabras que tivessem parentes premiados na produção de leite. O pedigree não importava e as linhagens notáveis eram cruzadas entre si.


Popularmente, a Nubiana seria acasalada com as raças alpinas vindas da Europa, ou com as poucas "nativas" (européias degeneradas) que fossem ainda encontradas - esse era o objetivo. O principal cruzamento que logo começou a chamar a atenção de todos foi da raça Toggenburg. No final do século XIX e início do século XX, poucos diziam "Nubiana" mas apenas "Egípcia", que tanto podia ser da Síria ou da Índia! Foi um casamento perfeito: as duas raças eram boas leiteiras e a Nubiana era muito manteigueira. Depois, duas cabras Nubianas foram importadas em 1900, vindas diretamente do Sudão, deixaram fotografias exibindo longas orelhas e pelagem multicolorida. Uma beleza... mas nunca pariram!


Já o cientista francês, Crépin, um dos mais renomados estudiosos de caprinos da época, dizia que em seu rebanho havia legítimas "Nubianas" vindas da Eritrea, depois de fabulosas aventuras para tirá-las daquele país, durante vários dias em dorso de camelo, para escapar à vigilância das autoridades. Os indígenas ficaram furiosos ao ver que as valiosas cabras estavam sendo exportadas para o estrangeiro e perseguiram duramente o ladrão-cientista! Eram chamadas de "Zareber", ou Zaraibi, como no Egito.


Enfim, boa parte dos estudiosos admite que a cabra Zaraibi é uma "Nubiana Egípcia". A Enciclopédia Britânica, no início do século, descrevia a Nubiana como sendo mocha e muito parecida com ovelha na forma da cabeça e do crânio. Uma fotografia do tipo Zaraibi, feita, por M. Crépin foi publicada no "Book of the Goat" (1910) para demonstrar o chanfro como sendo do tipo peculiar aos camelos! Muito pitoresco!


Valerie Porter (1996) afirma que a Anglo-Nubiana derivou de uma mistura que inclui a Nubiana (variedade Zaraibi) e muito provavelmente cabras das montanhas da Síria (Mambrinas) e também cabras do Sudão. Vai mais longe e afirma que, mais prepotentemente, os ingleses utilizaram raças da Índia que apresentavam o perfil da cabra Nubiana. Afinal, o nome "Nubiana" indicava qualquer animal que fosse levado do Leste para a Europa. E o leste tanto podia ser a África como a Síria ou a Índia!
Assim, a Anglo-Nubiana inglesa parece ter sido formada a partir de cabras do Egito, da Núbia, da França, da Síria, da Índia, etc.!
A raça Saanen era maior e muito mais popular na Alemanha, França e Bélgica que na Inglaterra da década de 1890, mas não podia competir com a Toggenburg inglesa, que era muito maior. Logo começaram a ser definidos os tipos diferenciados, pois eram comuns os cruzamentos entre Toggenburg e Saanen ou cruzando a bem-sucedida Toggenburg com qualquer Alpina da França ou da Suíça.


Em 1905, o livro de Registro Genealógico admitiu a raça Toggenburg, seguido pela raça Anglo-Nubiana, em 1910, e em 1920 admitiu a Saanen, a Inglesa, a British Alpine, a British Saanen, e a British Toggenburg. Até hoje, a seção "British" continua registrando mestiças e, entre elas, estão algumas das melhores cabras do país e melhores leiteiras. Estes cruzamentos variados, somando o sangue Nubiano resultava em um animal excelente. Uma coisa é certa: o nome "Anglo-Nubiana" foi dado a vários produtos cruzados, em 1893, no livro de registro da British Goat Society. Foi o primeiro uso do nome para as cabras mestiças.

Em meados da década de 1890, o interesse pelas "Nubianas" estava no final, pois o sangue havia se diluído na mestiçagem generalizada. Ninguém mais falava em cabras estrangeiras. Foi quando chegaram quatro reprodutores que provocaram uma revolução:
1 - Em 1896 chegou o reprodutor indiano "Sedgemoor Chancellor", que deixou marca na descendência, pelas longas orelhas pendentes, perfil bastante convexo e nariz romano. Muitos acreditam que Sedgemoor é o responsável pela raça Anglo-Nubiana como é conhecida hoje. Pegler o descreveu como sendo um "Jumna Pari", ou seja, um típico animal da raça Jamnapari!
2 - Em 1903, um novo "Sedgemoor" foi desembarcado, com fama de ser um Zaraibi, da Núbia. Era o reprodutor "Sedgemere Sanger". Talvez este tenha sido o maior responsável pelo início da formação da raça Anglo-Nubiana na Inglaterra (Valerie Porter, pág. 94).
3 - Em 1904, outro "nubiano" da Índia, denominado "Bricket Cross", chegou de Chitral (região entre a Índia, Paquistão, Afeganistão e Caxemira). Uma região de difícil acesso, a milhares de quilômetros do porto.
4 - Depois, um outro "Bricket" (macho) foi importado, seguindo a fama do primeiro. Só que, dessa vez, veio de muito perto: de Paris.

Uma coisa ficou evidente: estes quatro reprodutores produziram centenas de animais que foram registrados no novo livro de 1910. Os animais registrados em 1910 marcam o momento de vitória da raça Anglo-Nubiana. Devido a esse registro massal de 1910, as importações perderam totalmente o interesse. Agora, seria a vez das raças leiteiras alpinas para imprimir sua marca nos caprinos da Inglaterra.


Em 1923, entrou em vigor o uso do nome "British" ou "Anglo" para os cruzados, tais como Anglo-Swiss, Anglo-Nubian-Swiss, Anglo-Nubian-Toggenburg, etc. Os produtos "Anglos" eram sempre maiores, mais pesados, com perfil tendendo ao semiconvexo, focinho amplo, cabeça e orelhas maiores, pernas mais longas, ossos mais fortes, melhor desenvolvimento corporal, menos pêlos e maior produtividade leiteira.


A British Goat Society cuidou do Anglo-Nubiano até 1960, quando surgiu a Associação de Anglo-Nubiano. A raça, no entanto, já tinha quase um século de história. De todas as raças de cabras produtoras de leite e carne, a Anglo-Nubiana foi a que mais proliferou pelo mundo, sendo também a raça de maior quantidade de animais puros registrados. Por tudo isso, é a raça mais indicada para o Brasil tropical. A história é intrigante mas o resultado é uma raça que é única na Inglaterra - ela se aparenta exoticamente diferente de outras raças britânicas. Tem conseguido também bastante sucesso no estrangeiro, principalmente em climas tropicais e subtropicais o que parece ser a chave de suas origens.

A africana Nubiana - Não se pode estudar a raça Anglo-Nubiana sem também conhecer, um pouco, a própria raça Nubiana, na África, a qual apresenta um enorme interesse para os brasileiros. Segundo Paschoal de Moraes (1923) a Nubiana é considerada a rainha das cabras, até no tamanho, pois é maior que todas as demais. "É o que se pode chamar de animal bíblico, pois que as citações à cabra dos tempos bíblicos incluía um animal de perfil convexo e orelhas largas e pendentes, por vezes atingindo 3 a 5 cm abaixo do queixo" - diz o português Fernando Vieira de Sá. A Enciclopédia Agrícola da França, em 60 volumes, apresenta o volume "Moutons, Chêvres, Porcs", de 1910, escrito por P. Diffloth, onde há uma descrição de todas as raças conhecidas na época. Afirma ele que o Mouflon de Manchettes que habita as regiões escarpadas do Atlas, depois de Marrocos e chegando até a Núbia, era um tipo intermediário entre as cabras e os carneiros. Não apresenta as fossas lacrimais, nem o chanfro dos carneiros mas os detalhes de ovino estão no tronco e na estatura geral. O pêlo é curto como nas cabras, farto na crina e na barbela (ver foto). Esse Mouflon seria o responsável pela formação do grupo de cabras denominado de "Nubianas" (!). Continua afirmando que as cabras denominadas "nubianas" tiveram origem na Núbia e logo chegaram ao Egito, Abissínia, Algéria, províncias barbarescas, e até à ilha de Malta. As cabras são uma grande riqueza para os nativos africanos. As variedades "nubianas" do Sudão, de Sokoto, da Nigéria, de Malta oferecem, sozinhas, grande interesse zootécnico. Valerie Porter (1996) acha que a Nubiana teve origem no Oriente Médio, chegando à Núbia via Egito e Sudão.


Segundo Porter (1996), o grupamento Nubiano exibe três tipos: "Nubiano" (da Eritrea e noroeste da Etiópia, chanfro convexo, chifres curvados ou retos, deslanada, pelagem preta mas podendo apresentar manchas brancas e vermelhas sobre o preto). A variedade "Shukria" é marrom, também nas periferias da Eritrea e Etiópia. A variedade "Barka", das terras baixas a oeste e sudoeste da Eritrea, tem perfil reto e chifres meio curvados, medindo de 14-20 cm, com pelagem branca e manchas marrons.
No geral, pode-se afirmar que a pelagem da legítima Nubiana é multicolorida, com pêlos curtos e sedosos, mas boa parte apresenta apenas uma cor básica, que pode ser escolhida entre o acaju, o castanho avelã, o branco, o creme, o negro, o cinza e o raposa-azul. São comuns as pelagens com 3 ou 4 cores simultaneamente. Quanto mais do norte mais são coloridas, mas ali podem ser negras ou cinzas.


A cabra Nubiana é universalmente apreciada pela abundância do leite. Produzem de 2 a 3 litros de leite por dia, mas muitas passam de 4 litros. E mais, produzem mais manteiga que qualquer outra raça. O úbere é claramente dividido em duas partes, com tetas colocadas ligeiramente para os lados. É um úbere majestoso, grande, quase inacreditável, pois a raça vive tranquilamente em região árida ou semi-árida. "O úbere é tão grande que os indígenas o encerram e suspendem em um saco de couro para impedir que arraste pelo chão", afirma Crépin. Quando vazio, o úbere mais parece um grande saco de pele flácida e macia. Uma característica importante é que o leite da Nubiana não oferece nenhum cheiro hircino particular, nem na época do cio. Segundo G. Corlett (1971), o leite não tem odor hircino é comparável em gosto ao da cabra Murciana, tido como um dos melhores da espécie.


A cabeça é curta, com o chanfro proeminente, de perfil acarneirado. O chanfro tanto se deprime na parte superior junto à fonte como se abaixa bruscamente para o nariz, que é chato. Os olhos são grandes e plácidos, de cor azul ou parda, de órbitas apagadas, bem aflorados. As orelhas são plácidas, longas, largas e pendentes, terminando em ponta voltada para a frente, abaixo do focinho, permitindo diferenciá-las logo de primeira vista, medindo entre 18-20 cm. As fêmeas nunca apresentam chifres; já os machos podem apresentá-los curtos, achatados, retorcidos, dirigidos para trás. O pescoço é desprovido de brincos e barbela; os machos às vezes apresentam uma pequena barbela.


O temperamento da Nubiana é calmo. É uma raça pouca andarilha e fácil de ser criada. O maior problema da Nubiana é que ela é muito acostumada em sua região de altas temperaturas e, por isso, sente-se mal quando é exportada para localidades mais frias. Na Inglaterra, deu-se muito mal devido ao frio! A altura chega a 0,70 m nas fêmeas e 0,90 nos machos - na cernelha. O comprimento, da nuca ao começo da cauda é de 1,05 m nas fêmeas e 1,30 m nos machos. O peso é ao redor de 40-60 kg para fêmeas e 50-75 kg para machos (Fernando Sá diz que os machos pesam 95 kg e as fêmeas ao redor de 70 kg).

No Brasil - Tudo indica que o primeiro rebanho da raça Anglo-Nubiana do Brasil pertenceu ao milionário Carlos Guinle. Ele esteve na Inglaterra comprando animais e adquiriu o campeão da Exposição de Kent, da raça Ronney Marsh. Aproveitou a viagem e trouxe vários animais, em 1929. Falava-se muito no Anglo-Nubiano, cruzamento de raças alpinas aperfeiçoadas com uma raça misteriosa da Núbia africana. O milionário trouxe diversos animais como sendo de pura raça Anglo-Nubiana, mas as fotografias deixam claro que ele comprou "gato por lebre". Ele não aceitava a palavra "Anglo-Nubiana", aportuguesada, e exigia que seu rebanho fosse apontado como sendo "Anglo-Nubian" como pretendiam os ingleses. Tamanho esnobismo para um punhado de cabras que não passavam de grosseiras mestiças! As picaretagens sempre existiram. As fotos foram estampadas em publicidade de seu rebanho, na revista "O Campo" de Janeiro de 1930.


Segundo Honorato de Freitas (1945, p. 40), em 1932 foram introduzidos, na Bahia, reprodutores das raças Nubiana, Murciana e Angorá. Eram animais da Inglaterra e dos Estados Unidos. Foram entregues à Prefeitura de Uauá, não receberam os necessários cuidados e orientação, fracassando. Os descendentes desses animais espalharam-se por todo o sertão, "derrubando orelhas em todas as direções", produzindo animais com orelhas pendentes. Os brasileiros viviam o período denominado de "império das orelhas" na pecuária bovina em que a imensidão das orelhas era sinal de sucesso. Assim, os criadores se entusiasmaram com a chegada do Anglo-Nubiano orelhudo entre os caprinos.


De 1938 para cá, a Anglo-Nubiana começou a ser introduzida na Bahia por Antônio do Rego Gonçalves, de Bonfim, que importou para sua fazenda. Foi seguido pela Secretaria de Agricultura e outros criadores (p. 41). Neste mesmo ano, sob orientação de Landulfo Alves, foi importada e depositada em Feira de Santana (BA), tendo em vista solidificar um núcleo de criadores. Também em São Paulo, a raça Anglo-Nubiana foi criada pelo Depto. de Produção Animal (p. 41), com relativo sucesso.

A raça tem sido extensivamente importada nos últimos anos, principalmente dos Estados Unidos. É muito usada no Nordeste para cruzamento com cabras comuns para comercialização de carne e produção de leite. Já há clara evidencia da influência do Anglo-Nubiano nas cabras leiteiras comuns, as quais, no geral, apresentam orelhas alongadas, sendo agrupadas com a denominação de "Tropicana", embora tenham sofrido influência também da Mambrina e até da Bhuj. A raça Tropicana ganha enormes espaços nos Cerrados, Sudeste e Centro-Oeste, devido ao seu grande porte, precocidade de crescimento e presença de linhagens leiteiras. Milhões de cabras Tropicanas garantem o futuro da raça Anglo-Nubiana no Brasil. (Ver Raça Tropicana)
O recorde baiano e das Fenagros é de 1996, da cabra Anglo-Nubiana Jussara do Paschoal, com a produção de 22,20 kg de leite em seis ordenhas durante três dias, com média de 7,40 kg/dia.

Situação - O rebanho estimado em mestiçagem é de 3,0 milhão de cabeças. Sem dúvida é o maior rebanho brasileiro em atividade. Calcula-se que existam mais de 70.000 cabeças "puras de origem" (PO), as quais são aptas para receberem um Certificado de Fundação (incluindo todos os animais registrados até hoje). Quando existirem 70.000 animais com Certificado de Fundação, poderá ser homologado o Livro de Registro Genealógico, com alguns dados de desempenho funcional. O rebanho é estável.

Padrão da Raça Anglo-Nubiana

Aptidões - carne e leite
Cabeça - bem conformada, proporcional ao corpo. Desclassificante: grande. Perfil convexo; permissível: subconvexo; desclassificante: côncavo, ultraconvexo ou reto no macho. Orelhas com implantação alta, médias, longas, espalmadas, pendentes, dirigidas para fora e voltadas para frente; as extremidades passando a ponta do focinho em até três centímetros; permissível: mais curtas que o focinho, indo até a comissura labial; desclassificante: eretas, pequenas ou excessivamente longas. Com chifres ou amochados; permissível: mocho. Olhos vivos, grandes e brilhantes.
Pescoço - bem implantado, musculoso, com ou sem barbela nos machos. Delicado, bem levantado nas fêmeas.
Membros - fortes, bem aprumados. Cascos fortes, coloração de acordo com a pelagem.
Aparelho mamário - volumoso, macio e bem inserido. Tetos simétricos, dirigidos ligeiramente para frente.
Pele - solta e média, predominando a cor escura. Mucosas predominante a cor escura; permissível: clara, conforme a pelagem.
Pelagem - qualquer pelagem, pêlos curtos e brilhantes. Permissível: pêlos médios. Desclassificante: pêlos longos
Altura média - Fêmeas: 70-90 cm. Machos: 90-100 cm.
Peso médio - Fêmeas: 50-65 kg (podendo passar de 90 kg). Machos: 75-95 kg (podendo passar de 120 kg).

Fonte: www.revistaberro.com.br

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Baias FENAGRO 2010

Amigos criadores.

Nosso presidente da ACCOBA  Almir Lins e sua diretoria estão trabalhando para fazer uma excelente Nacional, tanto de Santa Inês como de Anglonubiana, o preço de R$ 400,00 baias de 9,00m2 e de R$ 350,00 de 7,50 m2, são os preços mínimos para fechar as contas, claro se pudessem praticar um preço menor Almir e sua diretoria praticariam.

Se fôssemos analisar o preço por m2 e quantidade de animais por baia, esses preços são inferiores a Feinco 2010, Belo Horizonte 2010, Brasília 2010, Expointer 2010, Nacional do Dorper 2010 em Uberaba e outras. .

Como serão Exposições Nacionais a ACCOBA está caprichando para dar visibilidade aos eventos, divulgação, montagem das pistas, montagens das baias, 06 jurados, troféus e faixas, assistência, alimentação e logística para os animais que vão vir para quarentena etc.

Todos sabem a dificuldade de se conseguir patrocínio com o agravante de ser um ano eleitoral, vamos prestigiar o presidente e sua diretoria que já vem a tempo trabalhando para realizar dois inesquecíveis eventos.

Abraço a todos

Tomaz Radel

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Atenção aos Cascos - Caprinos

A natureza dotou os caprinos de cascos que crescem continuamente... estes devendo ser aparados a cada 2 ou 3 meses, dependendo das condições de manejo, ambiente, nível de exercício e velocidade de crescimento.

A natureza dotou os caprinos de cascos que crescem continuamente. Quando em liberdade, este fato pode ser uma grande vantagem, pois o desgaste natural que os cascos sofrem em contato com terrenos duros e pedregosos.

A criação de caprinos muitas vezes obriga ao seu confinamento, não havendo hipótese de deixar os animais saírem livremente, não ocorrendo o desgaste suficiente para manter o casco em boas condições. Mesmo assim, havendo condições e havendo desgaste natural, estes devem ser aparados a cada 2 ou 3 meses, dependendo das condições de manejo, ambiente, nível de exercício e velocidade de crescimento.

Em caso de gestação adiantada, convém corrigir os cascos todos os meses.

O crescimento dos cascos é irregular e quando exagerado, dificulta a locomoção, e todas as dificuldades que exijam que o animal esteja em pé, como alimentação, cobrição, gestação, e desvio de aprumos, o que pode levar a relaxamento irreversível.

Torna-se mais prejudicial o crescimento dos cascos, pois a curvatura dos mesmos forma um depósito de detritos, umidade, fezes, matéria orgânica, que cria condições ideais para o desenvolvimento de microorganismos que podem causar inflamações e afecções podais, a peeira.

Constituição da pata dos caprinos

A pata dos caprinos é constituída por duas unhas ou dedos, daí ser chamada de bissulco. É dividida em parte externa e interna. A parte interna é constituída por 3 ossos unidos entre si por ligamentos e tendões, um aparelho elástico e de amortecimento de choques, e ainda um invólucro de carne. A parte externa forma o casco, que protege a parte interna.

O aparelho elástico e de amortecimento de choques é composto por cartilagens e pela almofadilha plantar para cada unha. As cartilagens dispõem-se de um e outro lado do pé, unindo-se entre si pela frente, ficando livres na parte de trás, prolongando-se além do osso, completando-o.

A parte de cima da cartilagem fica fora do osso.

A almofadinha plantar é uma almofada de carne, elástica e resistente, colocada sob o osso do pé e do tendão flexor e entre as cartilagens e destina-se a amortecer os choques no andamento.

O invólucro de carne compreende a carne do pé envolvendo as parte internas já mencionadas, a cutidura ou coroa, disposta à parte superior do pé, faz a transição do casco para a pele, constitui uma das partes mais importantes do pé, pois aí gera-se o tecido córneo que vai formar e renovar constantemente o casco.

O tecido folhoso segue-se à cutidura, descendo para a frente e pelo lado em torno do osso do pé e termina atrás, virando-se para baixo, introduzindo-se na almofadinha plantar, o tecido aveludado ou palma carnuda, sobre a parte inferior do osso do pé e a almofadinha plantar.

Todas estas partes internas, extremamente enervadas e irrigadas, são cobertas pelo chamado envolvedouro córneo, formando o casco.

Aparentemente formando uma só peça, o casco separa-se em três partes: Taipa, Palma e Mole.

A taipa, parede, cinta ou muralha é a parte do casco visível do apoio. A sua parede mediana chama-se entre-unhas. Representa a peça principal do casco, muito sujeita a crescimento, quando este não é acompanhado, quando este não é acompanhado do desgaste correspondente. Cobre todo o tecido folhoso e cutidura, da qual nasce. A parte de trás dobra-se, formando os talões ou mole.

A parte fronteira chama-se pinça, ponta-de-pé ou da unha, os lados, chaman-se ombros ou encontros, seguindo-se os quartos, entre os ombros e talões.

A taipa é direita, lisa, tendo maior espessura do lado de fora.

A palma é côncava na face inferior e mais para o meio e lado de dentro. A espessura da palma iguala à da taipa e ambas ligam-se entre si pela linha branca.

O mole, que corresponde ao talão do cavalo, tira o nome da macieza do corno da região, prende-se pela frente à palma e atrás com os lados da taipa.

Pela descrição apresentada, podemos confirmar a complexidade anatômica da pata dos caprinos e o cuidado que é necessário ter para que este mecanismo mantenhan-se em perfeito funcionamento, aparando os cascos quando o desgaste natural não é suficiente.

Embora a operação de corte e desbaste não seja complicada, exige muito cuidado, pois as lesões que podem surgir, por atingir vasos sanguíneos ou nervos, além de dolorosas, são difíceis de tratar.+

A operação pode ser realizada com o animal de pé ou deitado, em qualquer altura, estado de gestação, desde que não se sujeite a fêmea a choques ou quedas bruscas. O local deve ser bem iluminado, abgrigado do sol, espaçoso e limpo.

A imobilização do animal torna-se mais fácil se a operação for feita em pé, enquanto que a operação com o animal deitado requer meios de contenção mais complexos, tornando-se perigosa para as fêmeas em adiantado estado de gestação, e mais inCômoda para o tratador.

Convém separar animais eventualmente afectados pela peeira de animais sãos.

Para concluir a operação deve-se ainda proceder à limpeza e desbaste da palma, onde a matéria córnea também cresce.

Caso hajam complicações, ocorrendo sangramento, deve-se comprimir o local até a hemorragia parar. Caso não seja suficiente, deve-se aquecer uma lâmina e cauterizar o local, colocando-se em seguida um repelente ou cicatrizante.

Para concluir, referimos que em caso da preparação dos animais para exposições, deve-se proceder ao corte dos cascos cerca de 15 dias antes da mesma, de forma a que o anima tenha tempo de recuperar de qualquer ferimento que possa ocorrer.


Fonte: Revista O Berro Nº 70 - Outubro 2004 - Ana Isabel Matias Fiqueiredo Beijós.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cricular da Fenagro 2010 - Nacional do Anglonibiano e Santa Inês

Seguem as informações necessárias para a sua participação na FENAGRO 2010 no período de 27 e Novembro de 2010 a 05 de Dezembro de 2010.


01)-DATA DE VENDA DO BOX:
A - A venda dos boxes será realizada pela ACCOBA, sem reservas, a partir do dia 13 de Setembro de 2010 ate 17 de Novembro 2010.
B – A escolha das baias e stands será efetuada pela ordem de pagamento dos mesmos.

02)-PREÇO BOX:

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* Os criadores de outros estados terão o privilegio da compra de baias e stands com os mesmos preços de sócios da ACCOBA
*Será cobrado R$ 5,00 por animal inscrito para julgamento.
*Será obrigatória a apresentação do recibo de pagamento dos boxes fornecidos pela ACCOBA, na admissão dos animais no parque.
*Os participantes associados deverão estar em dia com a ACCOBA.


03)-ESCOLHA BOX:
A) A partir do dia 13 de Setembro de 2010 por ordem de chegada para compra e pagamento dos boxs. Obs.: Não serão aceitos cheques pré-datados.
B) E também através do site: www.accoba.com.br


04)-JULGAMENTO:
Cada expositor poderá inscrever para julgamento a quantidade de animais determinada, em conforme com os regulamentos da ABSI, ABCC, E Ranking Baiano 2010.
JUIZES:
1.0 - Julgamento das raças Santa Inês e Anglo serão realizados por 3 juízes sendo:
1 (um) escolhido pela ACCOBA, 1 (um) escolhido pelos criadores que comprarem baias e 1 (um) escolhido pela Associação Brasileira da Raça.
1.1 - O julgamento das outras raças será realizado por 1 juiz escolhido pela ACCOBA.
1.2 - Só poderão votar os criadores que comprarem suas baias até o dia 27 de Outubro de 2010.


05)-DOCUMENTOS EXIGIDOS:
5.1 – Ovinos: Para os animais até 12 meses, será exigido o comunicado de nascimento juntamente com a Inspeção ao pé da mãe ou Carta de Apto (caso não haja registro definitivo). OBS: Não serão admitidos animais inaptos com idade superior a 8 meses.
5.2 – Caprinos: Para os machos até 18 meses, será exigida a apresentação do RGN ou Ficha de Campo. Para os animais acima de 18 meses, será exigido o RGD ou Ficha de Campo. Para as fêmeas até 18 meses,será exigida a apresentação do RGN ou Ficha de Campo.Para os animais acima de 18 meses ,será exigida a apresentação do RGN,com prenhes confirmadas,ou RGD.


06)-EXIGÊNCIAS SANITÁRIAS
*GTA (para todos os animais)
*Nota Fiscal (animais procedentes de outros estados)
Caprinos:
Exame Negativo para CAE, macho e fêmea acima de 12 (doze) meses de idade, realizado no máximo até 180 (Cento e Oitenta) dias antes da data de encerramento do evento.
Ovinos:
Não será permitida a entrada ao parque de animais portadores de Linfadenite, Ectoparasito, Mastite ou Úbere Perdido e que se encontrem debilitados.


07)- ENTREGA DE DOCUMENTOS
A entrega dos documentos será, impreterivelmente, até o dia 17 de Novembro de 2010 Acompanhados do pagamento da taxa de inscrição.
* Será obrigatório o preenchimento da ficha de inscrição com resumo dos animais conforme modelo em anexo, por espécie e raça.
* Favor enviar os documentos para a sede da ACCOBA à Av. Luis Viana Filho, S/N- Parque de Exposições Agropecuárias da Salvador – Paralela – Salvador – BA – CEP 41.635-570.
*Será considerado desistência com perda de direito a restituição dos valores pagos na aquisição dos boxes, a não apresentação dos documentos até 17 de Novembro de 2010.


08)-HORÁRIO DE CHEGADA
Todos os animais deverão chegar ao parque no máximo, até as 24:00h de sexta-feira (26 de Novembro de 2010) .


09) – EXAME ANDROLÓGICO
Será obrigatório o exame andrológico para machos acima de 12 meses. Recomendamos que os expositores tragam os exames com prazo de validade até 60 dias do inicio do evento. Caso não o possua, será realizado no parque apenas nos dias 27 e 28 de Novembro de 2010. (sábado e domingo), pelo valor de R$ 20,00 (vinte reais) por animal no horário das 8:00 às 18:00h.


10) - EXAME ULTRASOM
A) Será obrigatório o atestado de prenhes (ultra-sonografia) para as fêmeas a partir de 18 meses (7° Categoria). As fêmeas que estiverem vazias e solteiras terão que trazer Comunicado de Nascimento e respectiva Inspeção ao Pé ou Carta de Apto do seu último produto. Os exames serão efetuados no Parque de Exposições, Gratuitamente apenas nos dias 27 e 28 de Novembro de 2010, no período de 08:00h às 18:00h.
B) Não serão aceito atestados realizados pelo criador em outro evento ou em sua propriedade. A ACCOBA disponibilizará gratuitamente a realização do ultra-som no evento.


11) – PROGRAMAÇÃO FENAGRO

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OBSERVAÇÕES:
A) Saída dos animais no dia 06 de dezembro de 2010 (Segunda - Feira ), A partir das 04:00h.
B) Os tratadores, em pista, deverão estar trajando camisa padrão do evento e de preferência, calça jeans.
C) ESPAÇOS PUBLICITÁRIOS: Os espaços publicitários na pista de julgamento serão comercializados na seguinte forma:
*Para o expositor que já possui a placa padrão R$ 300,00 (trezentos reais)
*Segue ficha de inscrição disponível para download.
*Em caso de interesse, favor entrar em contato com a ACCOBA, com a máxima urgência, para obter maiores detalhes.
*A Quantidade de placas é limitada e a venda respeitará a ordem do pedido.
D) Não será permitido corte de palma nos corredores, como também colocação de capim, ração e feno.
E) As placas de identificação de baias não poderão conter divulgação comercial de produtos/empresas e só poderão ser fixadas da testa superior das baias para baixo.
F) A data base para cálculo de idade será no dia 27 de Novembro de 2010.
Contamos com a sua presença. A crescente participação dos amigos criadores e/ou expositores, bem como dos seus familiares, em muito tem engrandecido a nossa FENAGRO.
Aguardamos você para juntos realizarmos uma grande festa.

31/08/2010 - Diretoria da ACCOBA