segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Vírus ameaça milhões de ovinos e caprinos na África

[04/11/2010]

Um vírus mortal que invadiu a Tanzânia no começo desse ano poderá se expandir nos países do sul da África e ameaçar mais de 50 milhões de ovinos e caprinos em 15 países, informou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) na terça-feira (02). O vírus chamado de Peste dos Pequenos Ruminantes (PPR) é considerado como a "doença viral mais destrutiva que afeta rebanhos de pequenos ruminantes, tal como a peste bovina que devastou a pecuária no passado", disse a FAO. A PPR pode causar taxas de mortalidade de até 100% dos animais, mas não afeta humanos. O vírus pode se espalhar em pastagens compartilhadas e mercados de animais vivos.

O vírus já está presente no Oriente Médio, Ásia e partes central, oriental e ocidental da África, mas o sul do continente africano tem sido relativamente poupado. A FAO pediu que a Tanzânia inicie um programa de vacinação de emergência e disse que Malawi, Moçambique e Zâmbia deverão "imediatamente começar vigilância e começar medidas pró-ativas de inspeção".

"Se a doença se espalhar da Tanzânia para todas as 15 nações da Comunidade de Desenvolvimento do Sul Africano poderá potencialmente devastar o sustento e a segurança alimentar de milhões", disse a FAO.

A PPR declarou-se na Tanzânia no início de 2010, ameaçando uma população local de mais de 13,5 milhões de caprinos e de 3,5 milhões de ovinos. Para estancar a propagação da doença, a FAO recomendou a vacinação dos pequenos ruminantes tendo por base os pontos de controle e as rotas habitualmente seguidas pelos pastores.

Juan Lubroth, veterinário chefe da FAO, recordou que "os ovinos e os caprinos são essenciais para a segurança alimentar e o rendimento das comunidades pastorícias" "A presença da doença afeta diretamente o patrimônio dos lares. Também os serviços veterinários dos países da região devem rever os seus planos de prevenção, reforçar o controle das fronteiras e melhorar a vigilância", conclui Lubroth.

A reportagem é da Agence France-Presse (AFP) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SEGICAPRI

Amigos,

Ontem a ABCC (graças as contribuições dos amigos criadores e das vendas dos módulos do futuro portal) pagou a empresa que está desenvolvendo o SIGECAPRI (Sistema de gerenciamento do registro de caprinos) as parcelas do meses de novembro e dezembro ficando em dias com suas obrigações.

Já foram feito aporte de R$ 15.000,00, do total de R$50.000,00, custo dessa maravilhosa ferramenta, que vai proporcionar ao criador comodidade,agilidade e credibilidade aos documentos dos caprinos.

Em Janeiro de 2011, próximo mês, já vamos estar podendo acessar o portal www.abccaprinos.com.br, que vai estar em teste, disponibilizando muitas informações de nossa ABCC, de tudo que está acontecendo com nossa caprinocultura e informações de nossos sócios criadores.

Ontem em reunião na sede da ABCC fomos informados que o sistema de gerenciamento já está 40% desenvolvido.

Gostaria de agradecer aos que contribuíram e pedir aos que podem contribuir que não deixe de fazer, com o SEGICAPRI todos nós vamos ganhar.

Para os criadores e empresas que querem dar visibilidade aos seus produtos, não deixarem de colocar um modulo no portal www.abccaprinos.com.br o retorno será garantido.

Maiores informações com Amélia no abccapri...@hotmail.com  

Conta para doação.

ABCC
Ag.1835-X
C/C:400.254-7

Muito obrigado.
Tomaz Radel

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Carta do Zé Agricultor para Luis da Cidade

 

A carta a seguir não é sobre caprinos, mas é interessante do ponto de vista de todo agricultor e pecuarista  - adaptada por Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, deputado desde 1989, detentor do 1º Prêmio Nacional de Ecologia.

Prezado Luis, quanto tempo.

    Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.

    Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?

    Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.

    Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né  Luis?

    Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né.) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?

    Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encompridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.

Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levou ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.

Depois que o Juca saiu, eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.

Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?

Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.

Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.

Fui ao escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no IBAMA da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do
Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.

Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.

Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.

Até mais Luis.

Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.

(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

CUIDADOS ESSENCIAIS PARA A CRIAÇÃO

 

Preparação da propriedade
Da granja, chácara, sítio ou fazenda
a) O local deve ser convenientemente cercado, com cercas de telas, varas em faxina, ou com 9 fios de arame, podendo-se admitir piquetes com o sistema de cercas eletrificadas.
b) possuir água de boa qualidade, pois os animais apreciam água limpa e desprezam aguadas não apropriadas.
c) possuir eletrificação rural para permitir iluminação das instalações de repouso, acondicionamentos de equipamentos elétricos para o tratamento, conservação e maturação dos seus produtos.
d) propiciar condição de alimentação. Manter boas pastagens nativas, confeccionar silos, obter forragens e realizar a ensilagem e fenação, através de bancos de leguminosas e bosques de forrageiras e adoção de rações concentradas.
e) treinar um pessoal tecnicamente, habilitando-o ao trato e ao manejo dos caprinos, um bom trabalho exige habilidades técnicas-práticas de criação desses animais.
f) obter equipamentos apropria dos e construir instalações adequadas à cria ção animal.
g) no local de criação: eliminar as er vas tóxicas daninhas, cobras, insetos, animais predadores e parasitas em geral.


Preparação do pessoal
Do proprietário, capataz, técnico ou simplesmente tratador
a) instruir-se quanto às principais doenças que afetam os caprinos e ovinos; suas formas de tratamento, combate e prevenção.
b) informar-se sobre os parâmetros ideais de criação, baseando-se em índices característicos à evolução de rebanho caprino nas atuais condições de cria ção.
c) filiar-se à Associa ção de Criadores, aos órgãos de produção e pesquisas, assinar revistas, publicações e principais informativos técnicos.
d) adotar uma política receptiva aos visitantes, em geral, e visitar ou tros criatórios.
e) divulgar o seu cria tório, propagar a positividade da atividade para a região.


Preparação da atuação
Controle, Coordenação e Administração da Criação.
a) adotar formas de registro, contro le e acompanhamento das ocorrências diárias que mereçam anotações.
b) marcar o animal, dando-lhe um número para identificação, através de brincos numerados, medalhas, trancelim, coleira numerada ou qualquer outra forma, desde que identifique cada animal, junto à sua ficha de controle.
c) instaurar, através de ficha individual, uma escrituração zootécnica que possa acompanhar a vida do animal, rea lizando o seu controle sanitário, genético, leiteiro e produtivo.
d) realizar uma constante mineralização suplementar à alimentação básica e adotar planos de vermifugação e vacinações.
e) formar uma farmácia básica ao trato curativo e prevenção das principais doenças que atacam os animais.
f) descartar animais improdutivos, fora do padrão desejado e que foram desclassificados pela seleção.
g) substituir periodicamente os reprodutores utilizados, para uma renovação no sangue genitor do rebanho.
h) substituir cabras velhas pelas melhores marrãs da criação, filhas das melhores cabras.
i) comunicar as coberturas e nascimentos, procurando obter o registro dos produtos da criação.
j) higienizar periodicamente a propriedade, os equipamentos, os animais e suas instalações.
l) treinar e/ou orientar os tratadores, ordenhadores, laticinistas e práticos veterinários, quanto às modernas formas de manutenção, manejo e trato dos animais.
m) adquirir medicamentos, equipamentos, utensílios e apetrechos que favoreçam o bom trato, a melhoria da lida com os animais e suas instalações.
n) procurar estar sempre atualizado, com espírito inovador e receptivo a mudanças quanto à adoção de novas técnicas e aceitação de novas orientações.
o) instaurar, eficientemente, um plano de controle da atividade, determinando seus objetivos e metas, e acompanhando passo a passo as estratégias adotadas até sua finalização.
p) coordenar, administrar e avaliar resultados, através da adoção de normas de controles. Faça e refaça, periodicamente, suas contas, procurando desenvolver-se dentro de um senso prático, profissional e produtivo.
q) administrar sua criação como se administra um negócio, ela não deve se constituir num mero hobby ou esporte. Deve lhe proporcionar, sobretudo, renda e prazer.
r) comercializar seus produtos e subprodutos com critérios de honestidade, responsabilidade e profissionalismo. “O bom criador preocupa-se com seus animais e com os resultados de sua cria­ção”.
s) aconselhamos ao criador iniciante dar preferência aos animais mestiços por serem mais resistentes, menos exigentes que os animais puros e já estarem adaptados às condições extensivas de criação ou manejo não profissionalizado.


Principais cuidados do criador
De todas as áreas de atuação
Estar atento, sempre, aos seguintes campos de atividade:
a) NUTRIÇÃO - Alimentação adequada.
b) INSTALAÇÕES - Ambiente e equipamentos compatíveis.
c) MANEJO - Trato especializado.
d) GENÉTICA - Origem racial produtiva.
e) SANIDADE - Controle médico- veterinário.
f) COMERCIALIZAÇÃO - Esquema de venda dos produtos obtidos que assegure um retorno do capital investido. Existem 5 bons motivos para a criação de cabras: o leite, a carne, a pele, o pelo e o esterco - todos de fácil comercialização, devidos às suas utilidades no favorecimento da vida humana.

09/09/2010 - Revista O Berro nº 135 - Antão José Araújo de Brito

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Cabra diferente de vaca, finalmente

- 19/11/2010

Para vender derivados de leite de cabra no mercado, os produtores precisavam seguir as mesmas regras das vacas de leite e adquirir maquinário para uma produção muito acima da realidade. Isso impedia o crescimento da atividade em Minas. Segundo os criadores, este mercado só não é maior por causa de um problema ligado à legislação. Para a presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Caprileite), Aurora Gouveia, esse era o maior obstáculo para o crescimento da atividade, levando muitos criadores para a ilegalidade. Os números da produção de leite não são oficiais, mas estima-se que chegue a oito milhões de litros por ano, oferta que, segundo associações de criadores, não é suficiente para suprir a demanda. Além do queijo, fazem biscoito, doce de leite e cocada à base de leite de cabra. Além disso, os cosméticos também fazem sucesso: tem sabonete, hidratante, xampu e condicionador.Além do leite, derivados como queijo e iogurte já caíram no gosto do consumidor.

Fonte: O Berro

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

COLOSTRO DIMINUI MORTALIDADE DE CABRITOS E BORREGOS

 

COLOSTRO DIMINUI MORTALIDADE DE CABRITOS E BORREGOS

O colostro é a secreção que se acumula na glândula mamária nas últimas semanas de prenhez. De cor branco-ama­relada, rico em proteínas, imunoglobulinas ou anticorpos, minerais e vitami­nas, possui efeitos nutritivo, antitóxico e laxativo. Apresenta gordura que é bem absorvida pelas crias, sendo importante fonte de energia atuando na regulação da temperatura corporal e na adaptação às condições ambientais.


Depois de terem sido formados em um ambiente estéril como o útero, capri­nos e ovinos recém-nascidos deparam-se com fatores adversos do ambiente e microrganismos causadores de doenças. Desta forma, além dos cuidados com o manejo sanitário, como o corte e a cura do umbigo, bem como a proteção das crias em local seco e higiênico, os recém-nascidos necessitam ingerir o colostro logo após o nascimento para o seu desenvolvimento saudável.


Ao nascimento, caprinos e ovinos não têm anticorpos circulantes no sangue, consequentemente, a aquisição da imunidade depende da disponibilidade do colostro, da quantidade de anticorpos presentes e da absorção intestinal. A ingestão do produto proporciona uma proteção imunológica passiva por transferência de anticorpos e vitaminas da mãe à cria nas primeiras semanas de vida, com o objetivo de favorecer uma de­fesa adequada contra as enfermidades. O amadurecimento dos órgãos da cria, responsáveis pela produção das células de defesa do organismo e anticorpos, leva pelo menos quatro meses para ocorrer. Este é o tempo em que os animais permanecem em contato com microrganismos do ambiente.


Uma pesquisa realizada em proprie­dades que adotavam sistema de criação intensiva, que apresentava perdas de crias de caprinos e ovinos, revelou aumento na taxa de mortalidade entre os animais que não mamaram o colostro. Animais que não têm acesso ao colostro vêm a óbito dentro de poucos dias após o nascimento por razões de infecções, energia não disponível adequa­damente e falta de termorregulação, levando à diminuição da temperatura corporal (hipotermia). Há uma correlação negativa entre a quantidade de imunoglobulinas (colostro ingerido) e a mortali­dade em neonatos, e uma correlação positiva entre o conteúdo de imunoglobulinas no sangue de cabritos com 48 horas de vida e seus ganhos de peso ao desmame.


De maneira geral, é necessário que o recém-nascido faça ingestão do colos­tro para obter proteção contra enfermidades, atuando na melhoria do ganho de peso e no desenvolvimento do metabolismo. Cordeiros privados de colostro são neutropênicos, ou seja, apresentam baixo número de células neutrófilas no sangue. Os poucos neutrófilos existentes no organismo são, em termos relativos, ineficientes para realizar o processo de destruição dos microrganismos denominados fagocitose. Com a ingestão contínua dos anticorpos e sua absorção protege-se contra as enfermidades em geral, especialmente as entéricas. De­ve-se, entretanto, também levar em consideração outras medidas específicas, como a limpeza e higiene das instalações e o manejo adequado das crias.


Há três grandes causas pelas quais a transferência adequada de colostro pode fracassar. Primeiro, o produto pode ser insuficiente ou de má qualidade. Se­gundo, pode haver colostro em quantidade suficiente, mas a ingestão pelo ­re­cém-nascido é inadequada. Por fim, a ter­ceira razão de fracasso é a falta de absorção pelo intestino, apesar da ingestão ser adequada e o colostro ser um alimento de boa qualidade.


As principais causas observadas na mortalidade em cordeiros, desde o primeiro dia até o sexto mês de vida, são: infecções respiratórias; desordens digestivas, como diarréia; inflamação de umbi­go e da articulação e diminuição da tem­peratura corporal. Assegurar a ingestão do colostro e sua absorção pela cria é fundamental para a diminuição da mortalidade em um sistema de ­produção de caprinos e ovinos.


Atualmente, a única contra-indicação para o consumo de colostro natural, e que também está relacionado com o consumo de leite, diz respeito à transmissão de doenças infectocontagiosas às crias. Entre elas, podem ser citadas a Artrite-Encefalite Caprina a Vírus, a Mi­coplasmose, a Clamidiose, a Toxoplasmose, entre outras.


Considerar a importância da administração do colostro para as crias de caprinos e ovinos, nas primeiras horas de vida, torna-se essencial para a sobrevivência dos recém-nascidos. Esta fonte de alimento é de suma importância na prevenção contra os fatores adversos do ambiente, assim como, contra os microrganismos nele existentes.


Francisco Selmo Fernandes Alves e Raymundo Rizaldo Pinheiro são pesquisadores da Embrapa Caprinos e Ovinos.

10/02/2009 - Revista O Berro nº 119 - Francisco Selmo Fernandes Alves e Raymundo Rizaldo Pinheiro

domingo, 5 de dezembro de 2010

Nova Diretoria

 

A nova diretoria da ABC Anglo acabou de tomar posse, a primeira reunião com os associados foi ontem na Fenagro. A chapa "Anglonubiana Brasileira, força e tradição da bela raça” é composta por:

Presidente: Luis Abel

Vice-BA: Cel. Amâncio

Vice-SE: João Teles

Vice-PE: Gidalte Almeida

Vice-PB: Kennedy Pontual

Vice-RN: Cezár Arruda

Vice-CE: Francisco Leitão

Vice-PI: Paulo Zabulon

Vice-MA: Zilmar Valença

Vice-AM: Zaninni

Vice-MG: José Antenor

Vice-RS: Vera Ponciano

Vice-RJ: André Fortes

Vice-SP: André Ferreira

Vice-PR: Edo Mallmann

Diretor de Eventos: Tomaz Radel

Diretora Técnica: Maria Pia

Dir. de Marketing e Divulgação: Luiz Mendez

Pres. do Conselho Deliberativo: Benicio Mello

Membros do C.D.: Aldemir Junior, Sergio Almeida, Genez Neto e Alcides Bezerra

Conselho Fiscal: Pedro Didier, João Roberto, Ramalho

1° Sec: Glaúcio Vaz

2° Sec: Joan Jonas

Diretor Financeiro: André Chaves

1° Tes: Jailson Cordeiro

Conselho Técnico:

1- Annelise Traldi (Kiki)

2- Maria Pia

3- Domingos Ribeiro

4- Joselito Barbosa

5- Antônio Valadares

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Leilão Brasileirão

 

Lembrando a todos que o leilão Brasileirão é HOJE!

TRANSMISSÃO AO VIVO PELO SITE DO LEILÃO:

www.brasileiraodoanglo.com.br